De acordo com relatórios estatísticos do Banco de Moçambique a que a Lusa teve esta quinta-feira acesso, o total de agentes de IME ascendia em setembro passado a 203.240, número que cresceu para 224.704 até final de dezembro, disparando no primeiro trimestre para 242.510.
Segundo o mais recente relatório, todos os 154 distritos do país tinham no final de março agentes de IME, desde a cidade de Maputo, sul do país, com 35.953 (mais de 1.300 novos agentes em três meses), a Larde, província de Nampula, no norte, com quatro.
Em sentido contrário, dos 154 distritos do país, há 22 que ainda não contam com qualquer agência dos bancos tradicionais, quando em dezembro eram 26.
Moçambique conta atualmente com três Instituições de Moeda Eletrónica, das três operadoras de telecomunicações móveis, que assim prestam serviços financeiros via telemóvel, incluindo transferências de dinheiro entre clientes ou pagamento de serviços.
Trata-se de uma solução que permite facilitar e massificar o acesso da população a serviços financeiros, apenas recorrendo ao telemóvel e agentes IME na rua.
As Instituições de Moeda Eletrónica de Moçambique bateram em 2023 o recorde de transferências, com mais de 400 milhões de operações, segundo dados anteriores do Banco de Moçambique.
As IME somaram neste período 401.178.582 transferências – 338,5 milhões de operações em todo o ano de 2022 e 324,1 milhões em 2021 -, movimentando mais de 340,2 mil milhões de meticais (4.860 milhões de euros).
Ainda segundo o Banco de Moçambique, o país contava em 2021 com 11.412.194 contas IME e no ano seguinte 11.975.063.
Em 2023, esse número disparou para 16.607.021, só até outubro, enquanto os bancos contavam com quase 5,5 milhões de contas.
Na proposta orçamental para 2024, o Governo moçambicano prevê continuar as reformas de política fiscal para “incrementar o nível de arrecadação de receitas”, avançando nomeadamente com a “tributação das comissões dos agentes e instituições de moeda eletrónica”.
A Carteira Móvel mKesh, da operadora estatal Tmcel, foi a primeira criada em Moçambique, em 2012, seguindo-se o M-Pesa, da Vodacom, em 2013, e no ano seguinte o e-Mola, da Movitel.