O número global de milionários exibiu uma rota de crescimento em 2023 e o património por eles detido atingiu um novo recorde, após o declínio registado em 2022. O número de indivíduos considerados muito ricos (HNWI, na sigla inglesa, e que portanto têm de possuir pelo menos um milhão de dólares em património líquido) subiu 5,1%, o que totaliza 22,8 milhões de pessoas, segundo o ‘Relatório Mundial de Riqueza de 2024’, da Capgemini, uma empresa francesa de consultadoria.
As fortunas destes milionários aumentaram 3,8 biliões de dólares (aproximadamente 3,5 biliões de euros), atingindo os 86,6 biliões (cerca de 80 biliões de euros) – para se ter um termo de comparação, estima-se que o PIB na UE em 2024 será de 19,35 biliões. Uma recuperação conseguida graças aos sinais de recuperação económica, após a queda de 3,6% destas fortunas em 2022, devido à desvalorização das ações nas bolsas de valores.
Relativamente às regiões com maior crescimento, destaca-se a América do Norte, com um crescimento de 7,1% dos milionários e de 7,2% das suas fortunas. O aumento foi justificado pelo alívio da inflação e uma recuperação do mercado acionista. Segue-se a região da Ásia-Pacífico, com um crescimento de 4,2% em riqueza e 4,8% no número de milionários, enquanto na Europa registaram-se, respetivamente, aumentos de 3,9% e 4%. A América Latina e o Médio Oriente registaram um baixo crescimento. Na África houve uma redução nos dois items, devido à queda dos preços das matérias-primas e uma diminuição dos investimentos estrangeiros.
O estudo da Capgemini também revela que mais de 65% dos milionários toma decisões emocionais que influenciam os investimentos, em especial quando atravessam uma situação de casamento, divórcio ou reforma. Para mitigar esta situação, cerca de 79% destas pessoas desejam ser auxiliados por gestores de património nestas decisões.