As manifestações pelo fim da guerra na Faixa de Gaza e pela defesa do povo palestiniano ecoaram este sábado em várias capitais europeias, incluindo Berlim, Paris, Londres e Lisboa. As mobilizações, que começaram nos Estados Unidos, continuam a alastrar-se, enquanto a situação humanitária no enclave palestiniano piora. O balanço mais recente eleva para 35.386 o número de mortos desde o início do conflito, segundo o Ministério da Saúde, controlado pelo Hamas.
Em 24 horas morreram 83 pessoas e outras 105 ficaram feridas, avança em comunicado o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo movimento islamita. Na noite passada registaram-se “intensos bombardeamentos” em Jabalia, no norte do território, e novos movimentos de tropas em Rafah, no sul, perto da fronteira com o Egito.
O número total de feridos atingiu este sábado 79.366. Mais de 1,7 milhões de habitantes de Gaza – a maioria da população – foram deslocados e mais de um milhão passam fome. O porta-voz da Defesa Civil na Faixa de Gaza, independente do Hamas, alertou que a destruição em Jabalia é “massiva”, após mais de 300 casas terem sido “completamente destruídas”.
Apoio à Palestina e críticas a Israel
Voltando às manifestações, em Lisboa, no Largo do Intendente, uma bandeira gigante da Palestina foi estendida na via pública, enquanto em Londres os manifestantes marcharam entre o centro da capital e a sede do Governo, em Downing Street.
A polícia britânica confirmou a detenção de um manifestante, que identificou como o “líder dos cânticos”, por um delito de “ordem pública agravada e alegados danos criminais” por ter entoado frases de ordem como “Intifada, Revolução” ou “Governo britânico, cuidado”.
Na manifestação em Paris, apelou-se ao Presidente francês, Emmanuel Macron, para tomar uma posição mais forte a favor de um cessar-fogo.
Entretanto, em Berlim, várias associações, incluindo judaicas, manifestaram-se a favor da Palestina e para denunciar o “genocídio” das forças israelitas. Segundo a polícia, cerca de 5400 pessoas participaram na manifestação, muito mais do que as 2000 inicialmente estimadas pelas autoridades.
Alemães participam na manifestação pró-palestiniana “A Palestina será livre”, em Berlim
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Houve também protestos na capital dinamarquesa, Copenhaga, onde os manifestantes expressaram, à semelhança das outras manifestações na Europa, a sua solidariedade para com o povo palestiniano e críticas à guerra lançada por Israel desde 7 de outubro de 2023.
Mais notícias que marcaram o dia
⇒ Pelo menos 800 mil palestinianos abandonaram a cidade de Rafah nos últimos 13 dias. “Quase metade da população de Rafah, ou seja, 800.000 pessoas, está na estrada, tendo sido forçada sair desde que as forças israelitas iniciaram a operação militar na zona, a 6 de maio”, indicou o comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, na plataforma social X.
⇒ As Forças Armadas israelitas anunciaram a morte de pelo menos 130 alegados terroristas em operações militares levados a cabo na região de Rafah. As operações militares foram realizadas pelos soldados da brigada Givati e pela 401.ª brigada de combate da 162.ª divisão.
⇒ O coletivo Coimbra pela Palestina denunciou uma agressão, por parte de um grupo de turistas russos residentes em Israel, a ativistas que se manifestavam na sexta-feira na cidade. O grupo que se tem manifestado no Largo D. Dinis com mensagens de solidariedade e símbolos palestinianos, diz ter sido alvo de “ameaças de morte, pontapés e discurso de ódio”.
⇒ O Papa Francisco abraçou, durante um ato na cidade italiana de Verona, um israelita e um palestiniano que perderam familiares no conflito em curso no Médio Oriente, que classificou como uma “derrota histórica”. O principal responsável da Igreja Católica recebeu cerca de 12 mil pessoas numa iniciativa pela paz realizada no anfiteatro romano de Verona.
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