O líder da oposição russa, Vladimir Kara-Murza, foi transferido para um hospital-prisão sem que seus os advogados o possam contactar, acusou a mulher do político, Yevgenya Kara-Murza — recentemente entrevistada pelo Expresso —, na rede social Facebook.
“Quando os advogados chegaram ao hospital foram informados de que Vladimir não estava lá, mas após o fim do dia de trabalho confirmaram a sua chegada e pediram para regressar no dia seguinte”, segundo a mesma fonte, que detalhou que a transferência ocorreu na tarde de quinta-feira.
Há um ano que Evgenia não fala com o marido, preso na Sibéria
Joe Klamar/AFP via Getty Images
Já esta sexta-feira as autoridades também não permitiram que os advogados tivessem acesso a Kara-Murza e ao fim de semana também estão impedidas visitas.
Depois de ter sobrevivido a duas tentativas de envenenamento, os problemas de saúde do político podem ter-se agravado com a prisão, acrescentou ainda Yevgenya.
Kara-Murza foi detido em abril de 2022 por alegadamente colaborar com países da NATO e desacreditar as Forças Armadas num discurso na Câmara dos Representantes no estado norte-americano do Arizona. Foi condenado a 25 anos de prisão por “alta traição”.
Considerado um prisioneiro de consciência pela Amnistia Internacional, o russo foi galardoado com o Prémio Václav Havel para os Direitos Humanos 2022 pelo Conselho da Europa.
O político escrevia artigos de opinião para meios como o “The Washington Post”.