Três exposições de artes plásticas ocupam as primeiras páginas do Ípsilon desta sexta-feira.
No Kunstmuseum Basel, a exposição When We See Us propõe uma viagem pela alegria e pela sensualidade das diásporas africanas.
O crítico de artes plásticas José Marmeleira esteve em Basileia a ver a exposição que pode ser visitada até 27 de Outubro, na Suíça. Ali se mostra um século de pintura figurativa negra.
“A música da diáspora negra, com as suas mais diversas expressões, não se impõe à experiência pictórica; segue-a ou acolhe-a”, diz-nos Marmeleira sobre esta mostra que tem curadoria da camaronesa Koyo Kouho e da zimbabwense Tandazani Dhlakama – do Zeitz Museum of Contemporary Art Africa (MOCAA), Cidade do Cabo.
Este é o tema de capa do Ípsilon desta sexta-feira.
A artista brasileira Panmela Castro está actualmente em residência artística em Lisboa e terá uma exposição na Galeria Francisco Fino a 27 de Junho. Nela mostrará as obras que tem estado a criar em Portugal.
Por isso, abriu as portas do seu atelier ao Ípsilon. E conversou sobre o seu processo criativo com o professor universitário e ensaísta João Sousa Cardoso.
(fotografia de Rui Gaudêncio)
Por fim, uma selecção excelente no MAAT, em Lisboa, para dar conta dos últimos 50 anos de arte em Portugal.
Trata-se da exposição Hoje soube-me a pouco, com curadoria de João Pinharanda e Sérgio Mah, ou como nos explica a crítica de artes plásticas Luísa Soares de Oliveira: O fim do orgulhosamente sós.
- Na ilha de Moçambique pode estar naufragado um navio em que morreram 300 escravos: um centro de investigação moçambicano monitoriza desde 2014 os mais de 30 navios naufragados na baía de Mossuril. O francês L’Aurore pode ser um deles. Entre os outros, há muitos portugueses. Ler o artigo da jornalista Lucinda Canelas.
- Como é habitar Álvaro Siza no Porto, em Lisboa ou em Nova Iorque? Equipa do Iscte-IUL apresenta resultados da investigação sobre o que é viver em três casos de habitação colectiva desenhadas pelo arquitecto. Este sábado no Bairro da Bouça; no Porto, dia 11 em Lisboa. Ler o artigo de Sérgio C. Andrade.
No início desta semana morreu a actriz francesa Anouk Aimée. E ontem morreu o actor norte-americano Donald Sutherland. Leiam os obituários escritos por Vasco Câmara e por Jorge Mourinha.
A cantora norte-americana, de ascendência mexicana e salvadorenha, Angélica Garcia tem um novo álbum Gemelo em que assume a língua que se fala na sua família, o castelhano. O crítico Gonçalo Frota falou com ela: “Muitos de nós perdem essa identidade cultural porque somos assimilados pela escola pública norte-americana”.
À descoberta de Carlos Portugal, voz crua e desalinhada dos nossos anos 1960
“Os álbuns não foram reeditados, os seus singles não surgem em compilações recentes. Carlos Portugal atravessou as últimas décadas como nome esquecido pela vertigem do tempo. Não totalmente. Entre coleccionadores e investigadores foi sendo referido e recordado, destacando-se o seu papel múltiplo enquanto cantor-compositor-produtor muito activo no período de renovação da canção portuguesa das décadas de 1960 e 1970 e elogiando-se, em termos surpreendentes, a singularidade da sua música”, conta-nos o jornalista Mário Lopes.
Ler a reportagem no Ípsilon.
Outras Leituras
(fotografia de Mely Ávila)
A escritora mexicana Guadalupe Nettel escreveu A Filha Única, romance em que conta as histórias de três mulheres confrontadas com a maternidade: com a sua recusa ou aceitação, com as angústias, alegrias e incertezas. “Quando o terminei, dei-o a ler à minha amiga e ela disse-me que sentia o livro um pouco aborrecido e pediu-me para inventar mais. E assim fiz”, contou ao crítico José Riço Direitinho. Ler na íntegra: “O que é a maternidade? Os papéis sociais são uma invenção”.
Mário Rufino conversou com a jornalista Teresa Serafim a propósito do seu primeiro romance, Cadente: “Para mim, a realidade não é o oposto da ficção. Muitas vezes, não se distinguem. Durante o processo de declínio da minha avó, fui reparando que havia uma tendência para ela preencher os espaços vazios com ficção. A verdade deixava de ser um bem supremo.” Rita Pimenta fez a crítica ao livro em que nos fala de uma avó com Alzheimer pela voz de um neto. Ler aqui e aqui.
Beatriz Felício estreia-se com um disco homónimo que esta sexta-feira chega às lojas e que vai apresentar também ao vivo esta noite no CCB, em Lisboa. O jornalista Nuno Pacheco conversou com a fadista que no Ípsilon recorda o seu percurso. Ler aqui.
Também neste Ípsilon:
➢ Filmes: Onde Está Pessoa?, The Bikeriders, Dalíland, Soma das Partes, O Amor Segundo Dalva Ovnis, Monstros e Utopias: Três curtas Queer
➢ Crónicas: Acção Paralela, de António Guerreiro; Meditação na Pastelaria, de Ana Cristina Leonardo
➢ Livro: Os Detalhes, de Ia Genberg
➢ Música: Duas novas edições da Príncipe – Chá Preto, de DJ Nigga Fox e Sal do Coração, de Nuno Beats. Ler a crítica de Mariana Duarte. E também o álbum Diamond Jubilee: este é o ano de Cindy Lee. Ler a crítica de Daniel Dias.
E ainda:
“Nunca se estrearam tantos filmes portugueses, nunca o nosso cinema foi tão aclamado, nunca em Portugal quisemos saber tão pouco dele. Quem tem culpas no cartório? A produção, o público, a divulgação?”, pergunta o crítico de cinema Jorge Mourinha na sua crónica O vento assobia nas gruas, o cinema assobia para o lado. Podem ler aqui.
Também esta semana, Jorge Mourinha escrevia: A exibição de cinema em Portugal está em crise? Sim — porque não há filmes. Ler este artigo.
O próximo Encontro de Leituras, o clube de leitura do PÚBLICO e da revista brasileira Quatro Cinco Um, vai acontecer a 9 de Julho. O nosso convidado vai ser o escritor brasileiro Stênio Gardel com o livro A Palavra que Resta (Dom Quixote).
Quem quiser passar a receber informações sobre este clube pode enviar email para encontrodeleituras@publico.pt e passará a fazer parte da mailing list.
Podem ouvir também o nosso podcast Encontro de Leituras.
Na próxima semana já está de volta o editor do Ípsilon Pedro Rios. Eu estarei à vossa espera na newsletter do Leituras.
Boas leituras!
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