Parte-se à descoberta da beleza natural de São Brás de Alportel com a Estrada Nacional 2 como guia e cenário. Aqui cruza-se a Estrada Nacional 270, que atravessa o Algarve Interior, com a famosa Estrada Nacional 2 (EN 2), duas rotas para partir à descoberta da beleza natural deste concelho entre a serra e o mar.
Com o carro devidamente estacionado, ainda dentro da vila, o primeiro desafio é percorrer a Calçadinha Romana, um dos orgulhos de São Brás de Alportel e que estará na origem da EN 2. A via remonta à época romana e a viagem ao passado é feita percorrendo as pedras milenares por um pequeno circuito que começa na Biblioteca Municipal. No total, o percurso da “Calçadinha” desenvolve-se por uma extensão de 1,5 km, percorrendo um pequeno vale inserido a sul, ao qual é sobranceira uma zona mais elevada onde está hoje implantada a Igreja Matriz. A partir do adro avista-se desde o Barrocal até ao mar. Passeie no Jardim da Verbena. Estão identificados dois percursos desta estrada milenar que ligava a Faro. Pode contactar a Câmara Municipal de São Brás de Alportel (Tel. 289840000) para conhecer o calendário de visitas guiadas.
A ver o mar da serra e do Barrocal
Seguindo pela EN 2 chega-se ao Miradouro do Alto da Arroteia, a cerca de 368 metros de altitude, com uma das mais soberbas vistas do interior algarvio, entre o mar e a serra. Aqui, percorre-se a Rota do Miradouro do Alto da Arroteia. Considerado fácil, o trilho prolonga-se por 2,7 km. Na subida para Parises, acede-se à lagoa da Menta e ao miradouro do Alto da Ameixeira, onde “a serra beija o mar”. O local dispõe de um parque de merendas e pode ser ponto de partida para conhecer as aldeias típicas no extremo norte do concelho. Pode também aguardar pelo pôr do sol, que a vista compensa.
Na aldeia de Parises, “há uma Casa pequenina onde cabe a serra dentro”. Na Casa da Serra – Núcleo Interpretativo da serra do Caldeirão (tel. 960448075) os ofícios da região são representados em peças de artesanato. Para além deste espaço de reencontro com as tradições e gentes da serra que justifica a visita ao longo de todo o ano, a aldeia de Parises chama ainda a atenção dos visitantes em maio, com a Festa dos Tabuleiros Floridos, e em dezembro, durante a Aldeia de Natal Verde. Para desfrutar da paisagem nota ainda para o Miradouro da Cabeça do Velho, para o Miradouro das Castanhas e para a Rota Gago Coutinho, a albergar 14 marcos geodésicos no território de São Brás de Alportel, dos 9 mil que compõem a rede geodésica portuguesa.
Caminhos e encruzilhadas de ir à fonte
Com sugestões que promovem a interação com a comunidade local, os costumes e as tradições da terra, e o património histórico, cultural, geológico e paisagístico da serra do Caldeirão, o município de São Brás de Alportel assinala sete percursos pedestres. O “PR2 – Entre Vales, Fontes e Memórias da Serra do Caldeirão”, com 20 quilómetros, composto por três troços, entre Parises e Cabeça do Velho, é um dos percursos mais completos. Fontes, ribeiras, sobreiros, aldeias típicas e contacto com as pessoas da terra são garantias do roteiro.
Outra opção é o “PR1 Caminhos e Encruzilhadas de ir à fonte”, uma pequena rota circular de 9 km por caminhos seculares, com duração de quatro horas e grau médio de dificuldade ou o “PR4 O Caminho da Escola”, que conduz ao Centro de Interpretação e Educação Ambiental “Quinta do Peral” (tel. 289845420), um espaço na antiga Escola Primária do Peral que convida miúdos e graúdos a viver o quotidiano da quinta, com tarefas relacionadas com a lide dos animais, a lavoura da horta e o pomar, ou até mesmo a cozer pão e fazer compotas.
Da Gaifona à Cova do Lobo
Já o “PR6 Percurso do Penedo Gordo”, une num só trajeto a Calçadinha Romana e o megalapiás Penedo Gordo, uma rocha constituída por calcários bioconstruídos que remontam ao Jurássico Superior, somando cerca de 153 milhões de anos. Com partida no Centro de Interpretação e Acolhimento da Calçadinha, o trilho atravessa a ribeira da Gaifona, até à Cova do Lobo.
A caminhar ou a pedalar, a GR3 – Via Algarviana, é uma pérola que liga Alcoutim ao Cabo de São Vicente, em várias etapas e trajetos, com uma extensão total de 300 km, a maioria através da Serra Algarvia. “Esta Grande Rota é ciclável em mais de 90% da sua extensão e em pequenos troços, é necessário transportar a bicicleta à mão ou carregá-la aos ombros”, refere o website da Associação Almargem (tel. 289412959), que gere a promoção e manutenção da Via Algarviana, um trilho desafiante para praticantes de BTT.
Refrescar-se nas fontes de água férrea
Conhecidas pelas características terapêuticas, as águas férreas de São Brás de Alportel refrescam o viajante nos caminhos de descoberta pela serra do Caldeirão. O Poço da Madruga, em Parises, é um destes lugares, uma pequena fonte de água férrea, que outrora abasteceu a população local. Encontram-se igualmente recantos refrescantes nas fontes tradicionais de várias aldeias e nas ribeiras de Odeleite e Alportel.
Junto à Estrada Nacional 2, refugia-se o refrescante Parque da Fonte Férrea, no coração da Serra do Caldeirão, com três percursos pedestres que compõem o PR7 – Percursos Pedestres da Fonte Férrea. Podem provar-se as águas férreas, apreciar a natureza e escolher entre o percurso familiar, que não chega a 2 km, o pequeno ou o grande, com 10 km.
Riqueza natural e cultural das serranias
Território do distrito de Faro protegido como Rede Natura 2000, a serra do Caldeirão ou serra de São Brás é povoada de sobreiros, azinheiras, oliveiras, carvalhos e castanheiros. A biodiversidade do local capta a atenção dos apreciadores de birdwatching, pela presença de várias espécies de aves raras, como a águia-de-Bonelli e a cobreira.
A serra de São Brás consta ainda na rede “Aldeias de Portugal”, uma “aldeia” especial composta por um total de 14 povoações: Cortelha de Pêro de Amigos, Pêro de Amigos, Cova da Muda, Pêro Sancho, Javali, Parises, Cabeça do Velho, Barranco da Figueira, Cabanas, Cerro da Ursa, Monte dos Capitães, Lages, Fronteira e Várzea do Velho. Aqui preserva-se a ruralidade portuguesa, como o casario típico algarvio, telhados de telha tradicional, fornos comunitários e açoteias.
Descobrir a rota da Cortiça
São Brás de Alportel foi em tempos o maior produtor de cortiça do país e a abundância de sobreiros e de cortiça catapultou o Turismo Industrial, através da Rota da Cortiça promovida pelo município (tel. 289840210) e por várias empresas de animação turística. O programa inclui visitas a fábricas tradicionais de cortiça e permite conhecer a fundo o universo dos sobreiros. Esta rota temática traça-se desde a extração nos sobreiros até ao produto acabado. O percurso integra caminhada entre os sobreiros para explicar o seu ciclo de vida e visitas ao Centro de Acolhimento e Interpretação, no Museu do Traje, e à indústria corticeira, como a Eco-Fábrica de Cortiça Francisco Carrusca (Tel. 965561166) e a Ferox Surfboards (Tel. 963270451). Nesta última é possível conhecer algumas das mais recentes utilizações da cortiça, como a criação de pranchas de surf que podem ser usadas por qualquer pessoa com necessidades especiais ou limitações físicas.
Ser pastor por um dia
Na geladaria Natural.Come servem-se gelados artesanais de amêndoa, figo com amêndoa, alfarroba, nozes, pinhão, medronho (no inverno) e de Dom Rodrigo. O mentor, Miguel Pedro, lidera ainda o projeto Serra Algarvia (tel. 966716143), com workshops na natureza. Os passeios, à medida, podem decorrer a pé ou em jipe aberto. Começam na geladaria e permitem ver a vila, a natureza e aceder a surpresas como provar favos de mel, ver javalis ou a extração da cortiça, ser “pastor por um dia”, apanhar medronho ou fazer pão com uma família, provando-o à saída do forno.
Passeio Verde é uma iniciativa Boa Cama Boa Mesa, com o apoio da Kia Portugal, que semanalmente, ao longo do ano de 2024, vai dar a conhecer espaços naturais, experiências e atividades na natureza. Neste Passeio Verde, a equipa Boa Cama Boa Mesa, viajou a bordo de um Kia Niro EV 100% elétrico.
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