A Geração Z e os Millennials, conhecedores de tecnologia, foram responsáveis por 72% das burlas comunicadas à Revolut em Portugal nos últimos 12 meses. As gerações mais jovens foram as principais vítimas. Mas as mais velhas perdem mais dinheiro.
A Revolut, fintech global com mais de 1,3 milhões de clientes portugueses e 40 milhões a nível mundial, emitiu um aviso, juntamente com a vigarista profissional Jenny Radcliffe, de que os burlões estão a visar os jovens, apesar de a sociedade pensar, erradamente, que as gerações mais velhas são mais vulneráveis a fraudes. Pelo menos 45% dos clientes em Portugal afirmam que estão preocupados com o tema, mas que, com alguma atenção, conseguem evitar ser vítima de burla.
Numa amostra da sua base de utilizadores em Portugal, a Revolut descobriu que “a Geração Z e os Millennials, conhecedores da tecnologia, constituíam o maior número de casos de fraude, representando 72% das fraudes comunicadas à Revolut nos últimos 12 meses”. A empresa refere, em comunicado, que constatou que os Millennials (28-43 anos) e a Geração Z adulta (18-27 anos) juntas foram responsáveis por 72% das denúncias de fraude registadas, mais do dobro do volume entre os seus homólogos mais velhos (a Geração X e os Boomers juntos totalizaram 28%) no último ano. Só a Geração Z representou 41% das fraudes comunicadas no último ano civil.
Embora as gerações mais velhas tenham sido burladas com menos frequência, o impacto financeiro para estes grupos foi consideravelmente mais elevado: a Geração X (44-59 anos) constituiu 12% dos casos, mas sofreu perdas de mais de 1.500 euros, em média, por caso, enquanto os Boomers (60-78 anos) constituíram 15% e perderam um pouco mais de 10 mil euros – ambas quantias potencialmente transformadoras. Em comparação, a Geração Z e os Millennials perderam, em média, 475 euros e 960 euros, respetivamente.
“O que une estas quatro gerações com dados tão díspares? O facto de a maior parte das burlas ter começado nas redes sociais. Ainda assim, não foi aqui que as gerações perderam mais dinheiro. No caso da Gen Z o maior valor perdido aconteceu em websites, nos Millennials foram as chamadas telefónicas. A geração X perdeu mais dinheiro nas redes sociais, e os boomers em websites”.
Comentando os resultados, Jenny Radcliffe, especialista em engenharia social e vigarista profissional – é esta a surpreendente designação profissional inserta no comunicado – afirmou: “Ninguém pensa que vai ser vítima de burla. Mas a verdade é que ninguém é imune a fraudes e, infelizmente, é muito mais comum do que as pessoas imaginam”.
Muitos burlões são engenheiros sociais talentosos “que sabem exatamente quais as alavancas a puxar e quando. O facto é que a maior parte das pessoas pensa que não é suficientemente importante ou rica para ser alvo de uma burla, ou pensa que vai detetar os sinais quando os encontrar. Mas quando os burlões suscitam emoções, os nossos cérebros racionais podem não funcionar como pensámos. Toda a gente é vulnerável e deve estar muito atenta aos sinais de que as coisas podem não ser o que parecem.”
Woody Malouf, Head of Financial Crime na Revolut, acrescentou, igualmente citado pelo comunicado, que “muitas vezes, a fraude não é levada suficientemente a sério até ser demasiado tarde. Os dados destacam o número de pessoas que foram vítimas, independentemente da idade e do conforto com a tecnologia, pelo que é importante que ninguém seja complacente. Antes de efetuar quaisquer transações, por mais seguras que pareçam, pense bem no que está a ser pedido e porquê. Nunca se apresse a enviar dinheiro, a menos que tenha a certeza absoluta. Se tiver dúvidas, pare, pense e desligue o telefone. O seu fornecedor de pagamentos nunca o apressará a fazer transações e a Revolut nunca lhe telefonará sem primeiro confirmar através do nosso chat seguro na aplicação.”