Um aumento de 97% de queixas em relação à edição passada. É este o balanço dos primeiros dois dias de festival do Rock in Rio Lisboa. O evento, cujo cartaz conta com ainda mais dois dias, tem reunido inúmeras críticas dos visitantes: 69% apontam o dedo à organização e 31% à compra de bilhetes.
Numa nota informativa redigida pelo Portal da Queixa, “dos inúmeros casos registados na plataforma, constam relatos de problemas com os bilhetes, com a falta de organização, a má qualidade do som e a falta de resposta na alimentação”.
Segundo a plataforma, em cerca de 15,5% das queixas são mencionados problemas para aceder ao recinto do evento, sobrelotação, e filas.
“Este Rock in Rio foi das piores coisas que já vi”, lê-se numa reclamação do Portal da Queixa da autoria de André Paupério.
“Como é que é possível terem tanta gente a sair por uma saída apertada, onde condicionam o fluxo das pessoas de uma forma totalmente desmedida, levando a tempos de espera absurdos? Na primeira noite, da saída do recinto até à Gare do Oriente, cuja viagem, recordo, demora dez minutos, eu perdi mais de uma hora e meia”, expressa na reclamação.
Já Telma Mateus critica as filas de acesso às casa-de-banho. “Os Wc eram muito poucos para tanta gente, estavam sujos, não tinham papel, só vi uma pessoa a limpar, e claro para irmos tínhamos de contar sempre com 1h de fila. Por conta de todas estas filas não consegui assistir aos concertos que queria”, conta a visitante a partir do Portal da Queixa.
Para além disso, a “má qualidade do som” representa 8,6% das queixas, ao passo que a alimentação gerou 6,9% das reclamações.
Como consta na queixa de André Paupério, “(…) a alimentação dentro do festival era vergonhosa. A oferta era mínima, muito inferior a outros festivais mais pequenos que existem no nosso país. Inversamente proporcional eram os preços que estavam extremamente inflacionados e eram totalmente desajustados (…) No primeiro dia, fui tentar comprar comida e bebida antes do concerto dos Extreme, um dos que pretendia ver, e acabei por não conseguir ver nada do concerto porque perdi mais de uma hora na fila”.
A mudança do recinto, que deixou o Parque da Bela Vista e agora se localiza no Parque Tejo, parece também não ter sido do agrado dos festivaleiros. “Espaço pequeno para tantas pessoas, se este espaço é maior que a Bela Vista não parece nada, tudo ao monte!”, lê-se na reclamação de Paula Cruz.
A plataforma do Portal da Queixa ressalta que o índice de satisfação relativamente ao Rock in Rio Lisboa “é fraco, pois está pontuado pelos consumidores em 35,4 (em 100)”. O portal adiciona ainda que “a Taxa de Resposta é de 2,7% e a Taxa de Solução é de 20,0%”.
A décima edição do festival tinha já dado que falar depois da cantora Sónia Tavares se ter posicionado negativamente relativamente à organização, após ter sido expulsa do recinto, assim como acabou por acontecer também com Bárbara Guimarães.