O Partido Socialista vai defender um imposto europeu sobre as grandes plataformas digitais ou sobre as transações financeiras para ajudar a pagar a chamada bazuca que suportou os planos nacionais de recuperação, como o PRR português. Esta é uma das propostas que o PS inscreveu no manifesto que leva às eleições europeias, marcadas para 9 de junho.
Assim, o partido compromete-se a “pugnar pela criação de novos recursos próprios da União Europeia (UE), designadamente, uma taxa sobre as transações financeiras ou sobre as grandes plataformas digitais, que permitam amortizar os empréstimos do NextGenerationEU, aliviando a pressão sobre o próximo Quadro Financeiro Plurianual e confiram à UE capacidade de responder adequadamente às crescentes responsabilidades”, lê-se no documento apresentado pela cabeça-de-lista, Marta Temido.
Esta é uma das propostas integradas na agenda europeia que se divide em “nove missões” que vão desde a competitividade da economia dos 27, passando pela autonomia estratégica ou respostas específicas para os jovens.
O PS pretende ainda que seja criado um “mecanismo permanente de resposta a crises, de natureza contracíclica, que aumente a resiliência económica da UE e o arsenal de instrumentos de que dispõe para lidar com os diferentes ciclos económicos”, para que, ao contrário do que aconteceu no passado, consiga responder a recessões profundas. É uma recuperação de uma ideia já defendida pelo ex-primeiro-ministro, António Costa.
No manifesto, o PS defende um plano europeu para a habitação acessível que “concretize o direito à habitação em condições dignas e a preços comportáveis”, mas também um “instrumento de investimento permanente em habitação pública por parte dos Estados da UE”, sem mais detalhes.
Para os jovens, os socialistas comprometem-se a “garantir a abolição dos estágios não remunerados em todo o espaço europeu” e a replicar uma “agenda do trabalho digno”, de combate à precariedade do emprego.
Na frente do crescimento económico, o PS defende uma política industrial mais forte, com a “reindustrialização” da UE “especialmente em setores de vanguarda tecnologicamente avançados e neutros em carbono” que evite a “excessiva dependência externa”.
Os socialistas defendem ainda a “revisão do regime e implementação das ajudas de Estado a nível europeu” a certos setores económicos ou “projetos de investimento possa concretizar-se através de um fundo europeu de soberania – anunciado pela Comissão, mas ainda por concretizar – a que as empresas de todos os Estados-membros possam concorrer em condições de igualdade”.