A polícia australiana já conseguiu identificar o autor do ataque que vitimou seis pessoas e feriu com gravidade mais de 12 neste sábado em Sydney. Trata-se de Joel Cauchi, de 40 anos, que já era conhecido das autoridades do estado vizinho de Queensland.
O homem que esfaqueou mortalmente seis pessoas num dos centros comerciais mais movimentados de Sydney e que foi abatido pela polícia já “tinha lidado com problemas de saúde mental no passado” e não há indicação de que algum tipo de ideologia ou crença possa ter sido o motivo do ataque.
A família de Cauchi reconheceu-o depois de ver várias notícias sobre o ataque no centro comercial Westfield, em Bondi Junctione, e contactou a polícia durante o dia de sábado. “A família, quando viu as imagens do evento na televisão, pensou que se poderia tratar do seu filho e procurou as autoridades”, disse o comissário assistente da polícia de Queensland, Roger Lowe.
Horas depois do ataque, várias testemunhas descreveram que Cauchi, que utilizava uns calções e uma camisola da Liga Australiana de Rugby, correu pelo centro comercial com uma faca e esfaqueou mortalmente seis pessoas, ferindo pelo menos outras doze antes de ser morto a tiro pela inspectora Amy Scott, que o confrontou sozinha.
Alguns funcionários e pessoas que faziam compras no centro comercial no leste de Sydney tentaram deter Cauchi, enquanto outras dezenas de pessoas se abrigaram em lojas fechadas. “Foram momentos horríveis”, disse o comissário assistente da polícia de Nova Gales do Sul, Anthony Cooke, aos jornalistas. “Não temos nada, nenhuma informação, nenhuma evidência, que sugira que isto foi motivado por algo em particular”.
Cauchi foi diagnosticado com problemas de saúde mental quando tinha 17 anos e esteve em contacto frequente com a polícia nos últimos quatro a cinco anos, não tendo sido acusado ou preso de nenhum crime em Queensland. Tinha um estilo de vida itinerante, mudou-se recentemente para Sydney e estava a dormir no seu carro. Mantinha um contacto muito raro com a mãe, com quem comunicava por mensagens.
A polícia disse que revistou um pequeno armazém que Cauchi tinha alugado para guardar as suas coisas, mas não encontrou nenhuma evidência que indicasse que estava a planear um ataque.
Cinco das seis vítimas são mulheres
Esfaqueamentos como o que se registou este sábado são raros na Austrália, um país de cerca de 26 milhões de habitantes com leis muito rígidas no que toca à posse de armas e facas. Cinco das seis pessoas que morreram mulheres. A vítima do sexo masculino era segurança do centro comercial.
Entre as doze pessoas que foram transportadas para o hospital estava um bebé de nove meses, que está em estado grave mas estável, disse a polícia neste domingo. A mãe do bebé, Ashlee Good, morreu no hospital devido aos ferimentos.
A presença policial em redor do centro comercial, que está encerrado enquanto a investigação decorre, foi reforçada, e as ruas próximas também estão interditas. Os habitantes de Sydney começaram, entretanto, a colocar ramos de flores em homenagens às vítimas junto ao shopping. “As histórias individuais daqueles que foram mortos, os estranhos que correram para ajudar, bem como os actos de coragem e valentia significam que, quer conheçamos os indivíduos que foram mortos ou não, estamos de luto hoje”, disse Chris Minns, primeiro-ministro da Nova Gales do Sul.
O primeiro-ministro australiano Anthony Albanese também referiu que recebeu mensagens de condolências de todo o mundo, acrescentando que o ataque colocou a nu a bravura dos cidadãos comuns. “Vimos imagens de australianos colocarem-se em perigo para ajudar os seus concidadãos. Essa coragem é extraordinária”.