Paulo Rangel (na foto), que falava aos jornalistas em Luanda, onde hoje chegou para uma visita de dois dias, antecedendo a do primeiro-ministro, Luís Montenegro, manifestou “um respeito enorme pela diplomacia angolana”, que tem um papel relevante em África e no contexto mundial, e disse que trocou impressões sobre estes assuntos com o seu homólogo, Téte António.
“Na questão de Israel existe uma grande convergência entre os dois [países]”, já que ambos defendem a solução de dois Estados, autodeterminação do povo palestiniano e cessar-fogo perante “uma catástrofe humanitária”, declarou. No caso da Ucrânia, “também há”, frisou, sublinhando que “houve uma condenação da invasão [russa]” e há uma vontade de que haja paz.
“Há talvez uma ou outra diferença, mas cada um tem o seu papel”, acrescentou, salientando que não deixa de haver “um ponto comum” em termos da defesa do respeito pela ordem internacional. “No essencial, há convergência, o que não quer dizer que a sensibilidade e até o papel de cada um na comunidade internacional, no sentido de sensibilizar outros atores para a necessidade de promover soluções de paz duradouras, [sejam iguais]. Cada um atua com os trunfos que tem e aí acaba por haver uma grande convergência” porque o objetivo final é favorecer a paz e estabilizar a situação internacional “que é realmente preocupante”, assinalou.
Sobre a possibilidade de apoiar com tratamentos hospitalares crianças da faixa da Gaza que não possam ser assistidas devido à situação de guerra, Rangel destacou que “Portugal tem estado sempre disponível” a nível da ajuda humanitária.
“Se esse esforço se vier a organizar, com certeza o faremos. Nós estamos muito preocupados com a situação humanitária na Faixa de Gaza. Achamos que é preciso um cessar fogo imediato” que permita ajuda humanitária e tratamento das pessoas “em sítios onde estejam seguras”, acrescentou.