Ao sexto dia de campanha, a CDU deu a sua maior prova de força nesta campanha e saiu à rua em peso. No Parque das Nações, em Lisboa, foram cerca de mil os militantes e simpatizantes a desfilar ao som de bombos e gaitas de foles atrás de João Oliveira e Paulo Raimundo.
“Tenho o sentimento profundo que esta participação tem um grande significado”, afirmou Jerónimo de Sousa que se lhes juntou à chegada à Gare do Oriente, onde estava montado o comício. O ex-secretário-geral do PCP disse estar “confiante” e “feliz” com “prestação destes camaradas num quadro é muito exigente e difícil”. E reservou um elogio para aquele que chegou a ser apontado como um dos seus possíveis sucessores. João Oliveira mostrou-se “capaz mesmo quando as perguntas eram difíceis”, considera.
Menos otimista parece estar em relação ao resto da política nacional. Jerónimo de Sousa revelou aos jornalistas que continua atento à vida parlamentar. Com os olhos de quem passou quase quatro décadas como deputado, vê que “as coisas estão diferentes”. Para trás ficam os tempos dos “grandes debates que iam ao fundo das questões” num “parlamento exigente e difícil, mas com um nível de intervenção” que conferiu à Assembleia da República “um papel central na nossa democracia”.
E deixa um alerta: “A extrema-direita é sempre um perigo”, considerou. Com as “manifestações de agressividade muito grande” e o ressurgimento de “valores que o povo português rejeitou”, “quem não estiver preocupado, está distraído”.