A empresa tinha divulgado um vĂdeo em março, onde mostrava o paciente a jogar xadrez ‘online’ com o pensamento, sem mencionar o incidente.
Este esclarecimento surgiu no seu blogue apĂłs revelaçÔes do Wall Street Journal, noticiou esta quinta-feira a agĂȘncia France-Presse (AFP).
Noland Arbaugh, de 29 anos, tetraplĂ©gico desde um acidente de mergulho, recebeu o implante N1 da Neuralink em janeiro — a primeira implantação do dispositivo num ser humano.
Mas “nas semanas seguintes Ă operação, vĂĄrios fios retraĂram-se do cĂ©rebro, resultando numa clara redução no nĂșmero de elĂ©trodos eficazes”, explicou a ‘start-up’.
Os fios são revestidos com elétrodos que captam sinais neurais. A capacidade de Arbaugh de controlar o cursor no ecrã, por isso, diminuiu.
“Em resposta a essa mudança, alteramos o algoritmo de gravação para ser mais sensĂvel aos sinais, aprimoramos as tĂ©cnicas para traduzir esses sinais em movimentos do cursor e melhoramos a interface do utilizador”, detalhou Neuralink, explicoando que os recursos de controlo atravĂ©s do implante excedeu agora “o desempenho inicial de Noland”.
Em março, Noland Arbaugh ficou maravilhado com os seus novos ‘poderes’.
“Ă tĂŁo espetacular. Ainda hĂĄ muito a fazer, mas jĂĄ mudou a minha vida”, frisou, entre sorrisos, num vĂdeo transmitido em direto pela Neuralink.
Segundo a empresa californiana, o paciente passa agora quase 70 horas por semana a utilizar o dispositivo, metade do tempo em testes relacionados com ensaios clĂnicos, e a outra metade em atividades pessoais, desde videojogos a aulas de lĂnguas estrangeiras.
“Faz oito anos que nĂŁo consigo fazer essas coisas e agora nem sei por onde começar”, destacou, numa publicação no blogue.
A Neuralink obteve luz verde da agĂȘncia para a segurança alimentar nos EUA (FDA, na sigla em InglĂȘs) em maio de 2023.
O seu implante, do tamanho de uma moeda, jĂĄ foi colocado no cĂ©rebro de um macaco, que entĂŁo conseguiu jogar um videojogo sem comandos fĂsicos.
Para alĂ©m das ambiçÔes mĂ©dicas partilhadas por numerosos laboratĂłrios e ‘start-ups’, Elon Musk pretende oferecer o seu implante a todos, de forma a comunicar melhor com os computadores e a conter, segundo o bilionĂĄrio, o “risco para a civilização” representado pela “inteligĂȘncia artificial”.