Os Sheiks cumpriam uma residência no Casino Estoril; o Quinteto Académico fazia as Receções aos Caloiros; Simone de Oliveira cantava no seu restaurante lisboeta, Candelabro; Madalena Iglésias regressava insatisfeita do III Festival Internacional da Canção do Rio de Janeiro; Raul Solnado editava o EP “O Cabeleireiro de Senhoras”. Maysa, brasileira, cantava com o Thilo’s Combo na Galeria 48, em Lisboa; Gigliola Cinquetti chegava para um programa na RTP; Baden Powell e Vinicius de Moraes estiveram juntos e ao vivo no Teatro Villaret; Mary Hopkin esteve para vir, mas não veio. No Coliseu apresentava-se “Holiday On Ice” (“um extraordinário espetáculo cheio de beleza, ritmo, cor, alegria, luxo e emoção”) e no Tivoli o Ballet Soviético dos Cossacos da Ukrania (“110 figuras em cena”), sob a direção de Pavel Virsky. Na boîte da moda, Caruncho, estreava-se o Quartet Be-Bop. Por esta altura, a anteceder o Natal, as editoras lançavam grandes campanhas publicitárias para LPs a 125$00 (€0,62) e também para EPs, mas sem indicação de preço. Nada de Beatles, num ou noutro caso. Nos EPs de 45 rotações, podem observar-se, no território da chamada música pop/rock, nomes como The Mamas & The Papas (‘Dream a Little Dream of Me’), Kinks (‘Days’), Hollies (‘Listen to Me’), Turtles (‘Eleonore’), Traffic (‘No Name, No Face, No Number’) e nada mais. Do pop/rock português, apenas os Zoo (‘Baby Come Back’). Na rádio, ouvidos postos no programa “Em Órbita” (Rádio Clube Português) e “Página Um” e “23ª Hora”, na Rádio Renascença. Na RTP… nada! o “Zip-Zip” só nasceria em maio do ano seguinte.