“A comissão política submeterá ao Comité Central as propostas referentes às candidaturas da Frelimo a Presidente da República o mais breve possível, tendo em conta o calendário eleitoral”, disse Filipe Nyusi, citando os estatutos, no discurso de encerramento dos dois dias da terceira sessão ordinária do Comité Central da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido que lidera o país desde a independência.
“A Frelimo é um partido sexagenário, maduro, que sabe conduzir os seus processos de transformação e adaptação às dinâmicas de cada momento da sua história, ciente de que os processos políticos não são estáticos e nem devem ser vistos como os anteriores. Esperamos, como foi deliberado, que dentro de poucos dias este processo encontre o seu desfecho”, afirmou, no discurso da sessão de encerramento, que arrancou depois das 21h00 locais (20h00 em Lisboa), cerca de seis horas depois do anunciado anteriormente.
A escolha do candidato da Frelimo às eleições gerais de 9 de outubro – que incluem eleições presidenciais, às quais o atual chefe de Estado e presidente do partido, Filipe Nyusi, já não pode concorrer – não estava inicialmente na agenda de trabalhos desta reunião, que decorreu na Matola, arredores de Maputo, mas tornou-se no principal tema de debate do órgão máximo entre congressos.
A comissão política da Frelimo reúne-se habitualmente à quarta-feira e a apreciação da lista de pré-candidatos a Presidente da República deverá ser feita numa sessão extraordinária do Comité Central.
“Ficou vincado durante os nossos trabalhos que daqui para a frente a nossa principal missão é a preparação e organização da vitória da Frelimo, e seu candidato presidencial, nas eleições do 09 de outubro de 2024. Portanto, ficou claro que hoje nos estamos a organizar e estamos a nos organizar para ganhar […]. Não estranhem quando vencermos, e vencermos bem”, afirmou ainda Nyusi.
O presidente da Frelimo congratulou os 254 membros do Comité central pelos “debates abertos, francos e profundos, mesmo nos pontos que à primeira vista pareciam bastante complexos, como a questão da sucessão à Presidência da República”.
“Mais uma vez, os camaradas membros do Comité Central souberam focalizar o debate no interesse geral, sem emoções, nem impaciência”, apontou.
Moçambique vai realizar a 9 de outubro as sétimas eleições presidenciais e legislativas, as segundas para os governadores provinciais e as quartas para as assembleias provinciais.
O atual Presidente da República e da Frelimo está constitucionalmente impedido de voltar a concorrer para a chefia de Estado porque cumpre atualmente o segundo mandato na chefia de Estado, depois de ter sido eleito em 2015 e reeleito em 2019.
O prazo limite para apresentação ao Conselho Constitucional das listas de candidatos a Presidente da República nas eleições de outubro é de 10 de junho.