O elefante no meio da sala da economia francesa é o défice orçamental e uma trajetória de subida do nível de endividamento, que já está acima de 100% desde 2020, colando a França ao ‘clube’ de risco onde dominam Grécia e Itália. O défice fechou no ano passado em 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e não regista níveis abaixo de 3% desde 2018.
Com a campanha eleitoral para as legislativas antecipadas já ao rubro, a Comissão Europeia anunciou, na semana passada, que Paris entrou para a ‘lista negra’ das economias do euro sujeitas a um procedimento por défice excessivo. Os analistas duvidam que o elefante seja removido da sala até ao final do mandato de Emmanuel Macron em 2027. Paris vai ficar na ‘lista negra’ nos próximos anos. “É um risco real”, diz ao Expresso Gérard Roland, professor de Economia e Ciência Política na Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos.
A promessa do ainda ministro da Economia Brune Le Maire, feita ainda antes das eleições europeias, de que conseguiria descer o défice para 2,9% em 2027, fazendo um brilharete no último ano da presidência de Macron, ficou pelo caminho. Com o campo do atual presidente em terceiro lugar nas intenções de voto para as eleições legislativas antecipadas deste domingo, a meta política de Le Maire não tem pernas para andar.