As autoridades europeias estão preocupadas com o aumento das doenças provocadas por mosquitos, como a dengue, zika ou vírus do Nilo Ocidental. Em Portugal, há registo de mais de 60 casos de dengue desde o início do ano, todos importados, a maioria dos quais do Brasil. Na Europa, segundo o Centro Europeu de Controlo das Doenças (ECDC), foram registados 4900 casos importados de dengue em 2023, muito acima dos 1572 do ano anterior. No ano passado, foram registados 130 casos de dengue adquiridos no espaço europeu, incluindo em Espanha, muito acima dos registados nos 10 anos anteriores. “Nos primeiros meses de 2024, vários países reportaram um aumento substancial de casos importados de dengue”, alerta o ECDC. No caso do vírus do Nilo Ocidental, em 2023, foram registados 713 casos em nove países da UE, que resultaram em 67 mortes. Apesar de o número de infeções ser inferior ao de 2022, há mais regiões com casos, o que indicia a dispersão geográfica do vírus. O aumento de casos de doenças provocadas por mosquitos deve-se a alterações do clima, que cria condições mais favoráveis para a disseminação das espécies invasoras, e o aumento das viagens de e para países onde a dengue é endémica.
Espécies invasoras em Portugal
Em Portugal estão presentes as espécies invasoras ‘aedes albopictus’, em 11 concelhos (Penafiel, Loulé, Olhão, Albufeira, Tavira, S. B. Alportel, Faro, Mértola, Serpa, Lisboa e Oeiras) e ‘aedes aegypti’, na Madeira. Segundo o último relatório da Rede de Vigilância de Vetores (REVIVE), do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, não foram detetados agentes patogénicos transmissíveis aos humanos nos mais de 40 mil mosquitos recolhidos e analisados em 2023.