Zoraya ter Beek vive nos Países Baixos e, após um processo que durou três anos e meio, viu ser aprovado o pedido de morte assistida que solicitou alegando sofrimento mental insuportável. A jovem de 29 anos sofre de depressão crónica, ansiedade, traumas e distúrbios de personalidade, além de também lhe ter sido diagnosticado autismo.
Os problemas começaram logo na infância e, ao longo dos anos Zoraya passou por vários tratamentos, desde medicação e terapia da fala a eletroconvulsivoterapia. “Na terapia aprendi muito sobre mim própria e sobre mecanismos para lidar com a situação, mas isso não resolveu os problemas principais. No início do tratamento, começa-se com esperança. Pensei que ia melhorar. Mas à medida que o tratamento se prolonga, vai-se perdendo a esperança”, relatou ao “The Guardian”.
Depois de lidar com pensamentos suicidas, e de sentir que “não conseguia gerir a forma como vivia” e que “não havia mais tratamento”, decidiu apresentar o pedido. Fê-lo em dezembro de 2020, iniciando um processo que classifica como “longo e complicado”. “Nunca hesitei na minha decisão. Senti-me culpada – tenho um companheiro, família, amigos e não sou cega ao seu sofrimento. E senti medo. Mas estou absolutamente determinada a ir para a frente com isto.”