Com as atenções viradas para a visita de Vladimir Putin à Coreia do Norte, com o objetivo de obter mais armas para prolongar a guerra na Ucrânia, a Alemanha voltou a bloquear um pacote de sanções contra empresas de gás natural russo.
Segundo avançou a agência Reuters, o acordo, que já foi bloqueado pela Alemanha há menos de uma semana, voltou a não ser possível depois de uma reunião entre diplomatas dos 27 países da União Europeia, que deocorreu esta segunda-feira. As novas medidas, que fazem parte do 14.º pacote de sanções do bloco europeu contra a economia russa, incluem uma proibição de importções gás natural liquefeito, bem como multas contra empresas europeias que violem as sanções através de subsidiários e países terceiros.
Desta vez, ao que revelaram fontes diplomáticas à agência britânica, o motivo do chumbo da Alemanha deveu-se a um desentendimento entre o ministério dos Negócios Estrangeiros, de Annalena Baerbock e a equipa do chanceler alemão, Olaf Scholz. Baerbock, que entrou na coligação governamental através dos Verdes alemães, defende a imposição de mais sanções, inlcuindo à Bielorrússia.
Apesar da série de sanções impostas pelo Ocidente à Rússia, a verdade é que as empresas russas têm conseguido ultrapassar os obstáculos económicos e, recentemente, as exportações de gás russo superaram as exportações norte-americanas para a Europa no mês de Maio, algo que não acontecia desde o início da guerra, avançou o Financial Times.
No passado dia 14, a Alemanha bloqueou o acordo para sancionar o setor de gás natural liquefeito da Rússia, mostrando-se preocupada com o impacto que um corte total destas importações prejudique demasiado empresas civis e setores industriais, que dependem desta fonte de energia.
Terminal de gás da REN em Sines
D.R.
Ataque russo deixa milhares de pessoas sem energia elétrica
Um ataque russo durante a noite contra uma infraestrutura de energia no centro da Ucrânia deixou milhares de pessoas sem eletricidade, anunciaram esta quarta-feira as autoridades de Kiev.
As zonas afetadas situam-se nas proximidades da linha da frente ou na fronteira com a Rússia, disse o ministério da Energia da Ucrânia, citado pela agência noticiosa espanhola EFE. Os cortes de energia afetam principalmente a região oriental de Donetsk, onde se registam os combates mais intensos e onde cerca de 55 mil pessoas estavam estavam sem energia hoje de manhã.
Os cortes estavam a afetar também Dnipro (centro), Zaporijia (sudeste), Kharkiv e Sumi (nordeste), Kherson (sul) e Chernobyl (norte).
Os apagões não planeados juntam-se aos que as autoridades programam todos os dias em toda a Ucrânia para poupar eletricidade devido ao défice causado pelos sucessivos ataques de mísseis e ‘drones’.
A Rússia destruiu grande parte da capacidade de produção de eletricidade da Ucrânia desde que invadiu o país vizinho em fevereiro de 2022. A Ucrânia está a trabalhar para reparar o equipamento e as centrais elétricas danificadas ou destruídas pelos ataques russos, antes que a procura aumente com o início do tempo frio, disse o ministério.
As empresas e as pessoas em toda a Ucrânia estão a depender de geradores de energia para continuarem a viver e a trabalhar normalmente no meio dos apagões.
Omar Havana/Getty Images
Guerra na Ucrânia
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Outras notícias:
> Depois de passar pela Coreia do Norte, o Presidente russo aterrou no Vietname, onde agradeceu o país por considerar uma “via pragmática para resolver a crise” na Ucrânia, segundo a Sky News. O Vietname, uma das poucas nações comunistas na região, tem-se mantido neutro relativamente à invasão russa, e a visita representa mais uma tentativa de Putin explorar a sua área de influência na Ásia;
> As autoridades russas admitiram hoje que ainda não conseguiram apagar o incêndio provocado na véspera pelo ataque de um ‘drone’ ucraniano a uma refinaria na cidade de Azov, no sul do país. Ao longo do dia de hoje, o incêndio alastrou a um segundo armazém, de acordo com o governador da região de Rostov, Vasili Golubev;
> A Ucrânia acusou a Coreia do Norte de fornecer ajuda militar à Rússia que permite o “assassínio em massa” de civis e pediu medidas “mais rigorosas” para isolar os dois países. “A Coreia do Norte está hoje a cooperar ativamente com a Rússia no campo militar e a fornecer deliberadamente recursos para o assassínio em massa de ucranianos”, afirmou à agência France Presse Mykhailo Podoliak, conselheiro da presidência da Ucrânia, no seguimento da visita do líder do Kremlin a Pyongyang.