A presença do ensino superior e a criação de núcleos de base científica e tecnológica podem ser motores de desenvolvimento e de valorização do território. Exemplo disso, são os institutos politécnicos que têm atuado como um poderosíssimo instrumento para a coesão territorial, particularmente pela sua capacidade de qualificar jovens e fixá-los no território, de criar formações de acordo com as necessidades do tecido socioeconómico envolvente, de atrair estudantes internacionais pela sua diversificada oferta formativa, incluindo em língua inglesa, pelo reconhecimento dos seus centros de investigação, e ainda pela capacidade de aliar inovação aos recursos endógenos das diferentes regiões através de uma estreita colaboração com empresas no desenvolvimento de produtos de alto valor acrescentado.
A presença destes institutos traduziu, em primeira instância, a garantia de uma maior democratização do acesso à formação, ao conhecimento e à cultura científica e tecnológica, mas também permitiu o desenvolvimento de carreiras de investigação científica, até então inexistentes e dinamizadas pelas políticas de estímulo ao emprego científico das governações do Partido Socialista, bem como da sua aposta em centralidades emergentes. Estas políticas possibilitaram novas oportunidades de emprego para muitos jovens.
A aprovação da proposta da Comissão de Educação e Ciência para atribuição do grau de doutor por estes Institutos, apresentada pela bancada parlamentar do PS na anterior legislatura, foi mais um passo importante, mas que exige cada vez mais mérito científico e académico. Considerando a diversidade em termos de capacidade e qualidade, é muito importante garantir uma avaliação institucional (de todas as instituições de ensino superior), periódica e a nível internacional, garantindo a sustentabilidade do seu impacto.
Os institutos politécnicos e os seus centros de investigação devem continuar o desígnio de se constituírem como ecossistemas de inovação e redes colaborativas de base territorial, com uma aposta clara na sua internacionalização e com capacidade de atração de investimento externo. Em particular, os institutos localizados no Interior do país podem tirar partido da sua posição geoestratégica do ponto de vista transfronteiriço (Portugal-Espanha) e na comunidade de países de língua portuguesa (África e Brasil). Estas redes colaborativas devem especializar-se do ponto de vista temático, posicionando-se de forma competitiva na captação de financiamento, mas também criando novas oportunidades de ensino, investigação, inovação e transferência de tecnologia, aumentando cada vez mais a sua capacidade de internacionalização e de liderança.
Assim, permitirão captar jovens qualificados e contribuir para aumentar os níveis de competitividade dos territórios, ao promoverem estratégias de expansão económica dos setores com capacidade instalada nas respetivas regiões.
Em suma, convocar a academia e a comunidade empresarial envolvente para missões ambiciosas.
Os autores escrevem segundo o novo acordo ortográfico