Os lucros do regulador do mercado recuaram no ano passado, num período marcado por um aumento dos gastos com pessoal e investimentos em tecnologia.
Os lucros da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) recuaram no conjunto do ano passado, caindo 32% para cerca de 1,9 milhões de euros, num período marcado por um aumento dos gastos com pessoal mas também de investimento no desenvolvimento tecnológico.
O relatório anual de 2023, divulgado esta quinta-feira pelo regulador liderado por Luís Laginha de Sousa, mostra que o “resultado líquido do exercício foi de 1.961 milhares de euros, 32% abaixo do obtido em 2022”, de 2,9 milhões de euros, referindo ainda que, “com efeito, a progressão dos rendimentos ficou-se por 39% da progressão dos gastos”.
A CMVM salienta, do lado dos rendimentos, o crescimento das taxas de supervisão, em 477 mil euros, com uma variação positiva de 2% face a 2022, “resultante do facto de o mercado se ter mantido, no todo, resiliente”.
Do lado dos gastos, registou um aumento dos gastos com pessoal, na ordem dos 882 mil euros, decorrente, refere, “da integral composição do conselho de administração, dos aumentos salariais dos trabalhadores na ordem dos 3%, a par de outras situações de caráter não recorrente”.
“Ainda do lado dos gastos e considerando o plano de investimentos, sobretudo tecnológicos, iniciado em anos anteriores”, a CMVM investiu em 2023 um montante de 2,8 milhões de euros, “dotando-se de maior e mais rápida capacidade de análise e resposta ao mercado sob supervisão”.
As amortizações e depreciações fixaram-se em 2,5 milhões de euros, um aumento de 18% face ao ano anterior. Já o ativo da CMVM aumentou 2,5% para 68,6 milhões de euros em 2023, face ao ano anterior. O passivo, por outro lado, recuou 1,6% para perto de 3,5 milhões de euros.
Na vertente sancionatória, o regulador proferiu 47 decisões finais, tendo aplicado 29 coimas, num montante superior a 1,2 milhões de euros.