Um ataque aéreo ucraniano contra Sebastopol, controlada pela Rússia, na península da Crimeia, provocou pelo menos três mortos e 124 feridos, que as autoridades denunciaram como um “ataque terrorista” por ter ocorrido durante um feriado ortodoxo.
“De acordo com os dados operacionais, como resultado do bombardeamento (…) de Sebastopol, 124 pessoas, incluindo 27 crianças, ficaram feridas e sofreram lesões de gravidade variável”, disse o vice-ministro da Saúde Alexei Kuznetsov.
O Ministério da Defesa russo afirmou que o ataque foi levado a cabo com pelo menos quatro mísseis ATACMS, de fabrico norte-americano e armados com ogivas de fragmentação, quatro dos quais foram diretamente intercetados pelo escudo de defesa aérea da cidade.
Um quinto míssil, no entanto, foi apenas desviado da sua rota original e acabou por atingir a cidade.
Além disso, fragmentos dos mísseis intercetados acabaram por cair na zona costeira do bairro de Uchkuevka, na parte norte de Sebastopol, onde se situa uma das maiores praias da cidade.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, anunciou a abertura de uma investigação sobre terrorismo, depois de condenar um ataque que ocorreu durante a festa ortodoxa da Santíssima Trindade, uma data “especificamente escolhida por Kiev” para cometer um “crime ritual” contra a população.
“Procuraremos obter a condenação internacional. Faremos tudo o que for possível para que a comunidade internacional seja informada dos últimos crimes do regime de Kiev”, acrescentou.
A iniciativa ucraniana foi ainda marcada pelo ataque com três ‘drones’ [aparelhos aéreos não tripulados] que provocou um morto e três feridos na região russa de Belgorod, junto à fronteira com a Ucrânia.
O ataque teve como alvo a cidade de Grayvoron, disse o governador regional Vyacheslav Gladkov.
A Ucrânia, que enfrenta uma ofensiva russa há dois anos, retalia regularmente atacando regiões russas ou zonas ocupadas.
Em particular, as suas tropas tentam destruir os navios de guerra russos e conseguem-no regularmente.
Entre as suas proezas armadas desde o início do conflito, as forças ucranianas bombardearam o quartel-general da frota do mar Negro em setembro de 2023, mais de um ano depois de terem conseguido afundar o Moskva, o navio-almirante da frota russa, na primavera de 2022.