Nasceu em outubro de 1974, em Lisboa, mas não viveu sempre em Portugal. Os pais, um “bocadinho hippies”, decidiram regressar a Angola quando nasceu. “Toda a gente estava a voltar para Portugal e eles achavam que tinham de fazer alguma coisa pelo país deles”, conta.
O pai trabalhava com o Governo angolano e a mãe trabalhava nas linhas aéreas e na ONU. Da “primeira infância”, em Angola, recorda a farda do MPLA que era obrigada a usar na escola e a professora primária, que só tinha o 4.º ano.
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Viveu lá até 1981, altura em que regressaram a Portugal. “Custava-lhes bastante viver com a bipolaridade. Tinham uma ótima vida, mas ver a pobreza à sua volta levou-os a desistir do sonho de ficar lá”, explica.
A chegada a Portugal não foi fácil. “Foi começar do zero, com três malas e três filhos, “como se fossem férias”. Inicialmente, viveram em casa dos avós, até que a mãe começou a trabalhar na BP e o pai como funcionário público.
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Trouxe de Angola os valores, experiências e vivências que influenciaram a mulher que é hoje. É casada há 25 anos, tem seis filhas, três delas adotadas. “A adoção sempre fez parte dos planos”, assume.
“Fomos completamente abertos e não colocámos restrições de doenças, etnia, idades. Achámos que íamos receber alguma criança doente, porque em Portugal ninguém aceita crianças doentes ou com alguma deficiência. Essas crianças, normalmente, são enviadas para adoção internacional. Mas foi completamente diferente”, recorda.
O marido tem sete irmãos, dois deles também adotados. “Não é uma coisa estranha nas nossas famílias. Os meus pais sempre foram uma família de apoio. Recebíamos crianças em casa aos fins de semana, nas férias, enquanto estavam à espera de ser adotadas”, continua.
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É licenciada em Economia e trabalha na Unilever há 20 anos. Diz que seria “hipócrita” se não reconhecesse que é uma exceção num mundo ainda muito masculino.
O marido abdicou da carreira para que ela pudesse voar mais alto. “Não há complexos nenhuns entre nós por eu ter a carreira e ser quem suporta financeiramente a família. Ele tem um papel super ativo com as nossas filhas”, conta. Cresceu dentro da Unilever e hoje integra a comissão executiva da empresa e é responsável pelo Marketing e Media.
Teresa Abecasis Burnay é a nova convidada do podcast Geração 70, conduzido pelo Bernardo Ferrão. Ouça aqui a entrevista.
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Geração 70 não é um podcast de política ou de economia, nem de artes ou ciência. É uma conversa solta com os protagonistas de hoje que nasceram na década de 70. A geração que está aos comandos do país ou a caminho. Aqui falamos de expectativas e frustrações. De sonhos concretizados e dos que se perderam. Um retrato na primeira pessoa sobre a indelével passagem do tempo, uma viagem dos anos 70 até aos nossos dias conduzida por Bernardo Ferrão
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