Quatro especialistas em direitos humanos das Nações Unidas acusaram hoje Israel pela destruição sistemática de casas e outras infraestruturas civis, alegadamente recorrendo à inteligência artificial, chamando-lhe “domicídio”.
O “domícidio” está a provocar “danos sem precedentes em termos de vítimas civis e destruição de casas, serviços vitais e infraestruturas”, segundo um comunicado do grupo de especialistas que inclui a relatora da ONU para os Territórios Palestinianos, Francesca Albanese.
“Após seis meses de ofensiva militar, a destruição de infraestruturas civis e de habitações em Gaza, medida em percentagem sobre o total, é a maior registada em qualquer conflito de que há memória”, garantem.
Segundo os signatários, trata-se de um crime que pode ser considerado um crime contra a humanidade ou mesmo um indício de genocídio, como foi denunciado num recente relatório Albanese apresentado ao Conselho dos Direitos Humanos da ONU.
“Numa altura em que altos responsáveis israelitas juntam vozes para apelar à saída dos palestinianos de Gaza, ou ao regresso dos colonatos (…), não há dúvida de que os objetivos de Israel vão além da mera vitória militar sobre o Hamas”, lê-se no comunicado.
Os especialistas manifestaram particular preocupação com a “alegada utilização da inteligência artificial para atingir as casas das famílias dos suspeitos militares do Hamas, especialmente à noite, quando estão a dormir”.
O comunicado é ainda assinado pelos relatores da ONU para a habitação (Balakrishnan Rajagopal), para a violência contra as mulheres e as raparigas (Reem Alsalem) e para o direito à alimentação (Michael Fakhri).
Outra preocupação afirmada é o bombardeamento de grandes áreas residenciais e edifícios públicos, especialmente nas primeiras semanas do conflito, “com a aparente intenção de aterrorizar a população e aumentar a pressão sobre o Hamas”.
Entre 60 e 70 por cento das casas em Gaza foram danificadas ou destruídas em seis meses de ataques, chegando a 84 por cento no norte da faixa, indicaram.
Dada a dimensão da destruição, os peritos defenderam que a reconstrução de Gaza é essencial, algo de que Israel, a potência ocupante, é o principal responsável, “juntamente com os países que lhe dão apoio militar, material e político”, sublinharam os relatores.
O conflito em curso começou a 7 de outubro, quando os islamitas palestinianos do Hamas mataram 1.200 israelitas, a maioria civis, num ataque surpresa no sul de Israel. Cerca de 250 pessoas foram feitas reféns pelos militantes e levadas para Gaza. Um acordo em novembro libertou cerca de 100 reféns, deixando cerca de 130 em cativeiro, embora Israel afirme que cerca de um quarto deles está morto.
Os bombardeamentos israelitas e as ofensivas terrestres em Gaza mataram mais de 33.700 palestinianos e feriram mais de 76.200, afirma o Ministério da Saúde de Gaza. O ministério não faz distinção entre civis e combatentes no seu cálculo, mas afirma que mulheres e crianças representam dois terços dos mortos.
Israel reivindica ter matado mais de 12 mil militantes durante a guerra, mas não forneceu provas que apoiem a afirmação.
Guerra Israel-Hamas
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O comunicado é ainda assinado pelos relatores da ONU para a habitação (Balakrishnan Rajagopal), para a violência contra as mulheres e as raparigas (Reem Alsalem) e para o direito à alimentação (Michael Fakhri).
Outra preocupação afirmada é o bombardeamento de grandes áreas residenciais e edifícios públicos, especialmente nas primeiras semanas do conflito, “com a aparente intenção de aterrorizar a população e aumentar a pressão sobre o Hamas”.
Entre 60 e 70 por cento das casas em Gaza foram danificadas ou destruídas em seis meses de ataques, chegando a 84 por cento no norte da faixa, indicaram.
Dada a dimensão da destruição, os peritos defenderam que a reconstrução de Gaza é essencial, algo de que Israel, a potência ocupante, é o principal responsável, “juntamente com os países que lhe dão apoio militar, material e político”, sublinharam os relatores.
O conflito em curso começou a 7 de outubro, quando os islamitas palestinianos do Hamas mataram 1.200 israelitas, a maioria civis, num ataque surpresa no sul de Israel. Cerca de 250 pessoas foram feitas reféns pelos militantes e levadas para Gaza. Um acordo em novembro libertou cerca de 100 reféns, deixando cerca de 130 em cativeiro, embora Israel afirme que cerca de um quarto deles está morto.
Os bombardeamentos israelitas e as ofensivas terrestres em Gaza mataram mais de 33.700 palestinianos e feriram mais de 76.200, afirma o Ministério da Saúde de Gaza. O ministério não faz distinção entre civis e combatentes no seu cálculo, mas afirma que mulheres e crianças representam dois terços dos mortos.
Israel reivindica ter matado mais de 12 mil militantes durante a guerra, mas não forneceu provas que apoiem a afirmação.