As primeiras projeções dão vitória ao partido de extrema-direita, União Nacional (UN) de Jordan Bardella, com 33% a 34% dos votos, na primeira volta das eleições legislativas em França. A Nova Frente Popular (NFP), uma coligação de esquerda, surge na segunda posição com 28,1% da votação, enquanto o partido Renascimento (Renassaince), de Emmanuel Macron, recolhe 20,3% dos votos, ficando em terceiro lugar, segundo a estimativa da Ipsos.
Na estimativa da Ifop para a TF1, a UN conta com 34,5% dos votos, seguida pela NFP com 28,5% e o partido de Macron, com 22,5%. Já na projeção do Fígaro, a UN alcança 34,2% dos voto se a coligação de esquerda e o partido do Presidente francês 29,1% e e 21,5%, respetivamente.
Numa primeira reação, Marine Le Pen congratulou-se com a votação expressiva no seu partido de extrema-direita, falando na confirmação da “confiança” dos franceses. “A democracia falou e nada é mais normal do que a alternância política. O Bloco macronista está praticamente apagado”, declarou Le Pen, apelando a uma vitória “clara” na segunda volta, no próximo domingo.
“Precisamos de uma maioria absoluta para que Jordan Bardella seja nomeado primeiro-ministro por Emmanuel Macron em oito dias”, insistiu, sublinhando que nada está ganho e será fundamental evitar no próximo domingo que o poder caia nas mãos na coligação de esquerda.
Para Le Pen, a vitória da UN significa o desejo claro da maioria dos franceses em querre “de virar a página, após sete anos de um poder desdenhoso e corrosivo” do partido de Macron. “Para isso, apelo aos que votaram em nós para renovarem os seus votos e aos outros que se juntem a nós. Hoje é um dia de esperança, no dia 7 é preciso que todos se mobilizem”, apelou.
Nenhum francês “perderá quaisquer direitos”, garantiu, frisando que “novos direitos serão criados para benefício de todos”. Na mesma linha, o vencedor da primeira volta, Jordan Bardella, prometeu que caso seja eleito PM, será sempre o “garante dos direitos e liberdades” dos franceses. “Os resultados confirmaram a aspiração clara à mudança. É altura de ter dirigentes que os compreendam. No próximo domingo, a vitória é possível e está ao nosso alcance”, antecipou, apelando à mobilização no próximo domingo com vista à maioria absoluta. E acenou com o “risco” de uma economia “arruinada” e “desordem” com a emigração caso vença a segunda volta a Nova Frente Popular.
Já Jean-Luc Mélenchon, líder da França Insubmissa, que integra a NFP, considerou, por sua vez, que alcançar o segundo lugar na primeira volta constitui também uma vitória para uma coligação de esquerda recente. E apontou para uma “pesada derrota” de Macron. “Foi uma derrota indiscutível do Presidente, dos seus candidatos e da maioria presidencial. Nesta noite só há uma certeza: Grabriel Attal não voltará a ser o primeiro-ministro de França”, atirou.
Na segunda volta, defendeu Mélenchon, caberá aos franceses escolherem que futuro ambicionam para o país: “agravar as divisões”, as desigualdades sociais, diferenças por religião, etnias, origem ou ter um só povo e defender o bem comum, sem “condições prévias”. E pediu também uma maioria absoluta para a Nova Frente Popular.
Mas prometeu que a coligação retirará a sua candidatura onde a UN ficar em primeiro lugar e a coligação de esquerda em terceiro, com vista a travar a extrema-direita.
Nesta altura, o Presidente francês, Emannuel Macron, encontra-se reunido com o seu núcleo duro no Palácio do Eliseu para analisar as primeiras projeções. Ainda não reagiu a viva voz, mas divulgou um comunicado para apelar à particiação massiva na segunda volta das legislativas, no próximo domingo,
“A elevada participação na primeira volta atesta a importância desta votação para todos os nossos compatriotas e a vontade de esclarecer a situação política. A escolha democrática obriga-nos a isso”, advogou o Presidente francês.