A ponte entre Lisboa (Chelas) e o Barreiro que o governo aprovou esta terça-feira em conselho de ministros terá outras vantagens além de criar um acesso direto ao novo aeroporto a construir em Alcochete. Segundo o governo, deverá permitir “libertar os constrangimentos de capacidade da infraestrutura ferroviária nas ligações ao sul do país”. E isso passará por uma “redução de cerca de 30 minutos face aos percursos atuais, bem como o aumento da frequência” dos serviços ferroviários entre Lisboa e o Alentejo e Algarve.
A área metropolina da capital beneficiará com a redução do tempo de percurso entre Lisboa e o Barreiro em 10 minutos e de 30 minutos na ligação entre Lisboa e Setúbal, permitindo reforçar a oferta ferroviária suburbana nas linhas de Cintura, Sintra e no Eixo Norte-Sul. Ao mesmo tempo permitirá o tráfego ferroviário de mercadorias sem restrições. E, ao aproximar a capital da sua área metropolitana, permitirá reduzir a pressão habitacional sobre a cidade ao mesmo tempo que contribuirá para dinamizar o que é conhecido por Arco Ribeirinho Sul, projeto que visa reabilitar a zona que vai de Almada a Alcochete.
Não deverá ser apenas uma ponte para comboios, mas o governo deixa em aberto a hipótese de ficar apenas para a ferrovia, dizendo que essa questão vai agora ser analisada.
O governo pretende agora concluir os estudos relativos às características desta terceira travessia do rio e submeter à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) os estudos de impacte ambiental da ponte, assim como do troço ferroviário Lisboa-Poceirão-Évora que se pretende construir, e ainda constituir um grupo de trabalho para análise das acessibilidades rodoviárias e ferroviárias do novo aeroporto. Na lista de afazeres está também a avaliação de um novo modelo de gestão para as três travessias do Tejo.