Nascida a 22 de julho de 1975, em Lobito, Angola, Olga Martins chegou a Vila Real ainda criança. Despertou para o mundo dos vinhos quando acabou o secundário, tendo-se formado em Enologia na Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro (UTAD).
Após estagiar na Quinta do Noval, no Douro, rumou a Bordéus, em França, para estagiar no Chateaux Cantenac Brrown e Pichon Longueville, do grupo AXA.
Voltou mais tarde a Portugal para assumir a responsabilidade pela seleção e negociação de vinhos no ClubVintage.com.
Em 2001, foi convidada a integrar a Lavradores de Feitoria – que tinha sido criado no ano anterior –, com o objetivo de criar e desenvolver o departamento comercial.
Passados dois anos, juntou a esta função a de vogal do conselho de administração da empresa e, tendo em setembro de 2006 assumiu o cargo de CEO, mantendo a função de diretora comercial.
Agora, às portas de completar 18 anos à frente da companhia, Olga Martins abandona o cargo de CEO da Lavradores de Feitoria, onde irá manter-se apenas como acionista da empresa.
“Depois de 23 anos dedicada à duriense Lavradores de Feitoria, Olga Martins tomou a decisão profissional mais desafiante da sua vida: deixar a empresa de vinhos que viu nascer, acompanhou da infância à adolescência, e fez tornar-se numa ‘entidade’ regida por valores e princípios de sustentabilidade socioeconómica e ambiental”, enfatiza a instituição, em comunicado.
Desde o dia 1 de junho que Olga Martins está “dedicada a 100%” ao seu projeto familiar de vinhos, o Poeira.
De acordo com o mesmo comunicado, “há muito que o marido, o conceituado enólogo Jorge Moreira, a desafiava a assumir a gestão e promoção dos vinhos Poeira, mas a decisão de deixar a Lavradores de Feitoria não foi fácil”, observa.
A um ano de celebrar meio século de vida e com a empresa em velocidade de cruzeiro, Olga sentiu que, agora sim, estava na hora.
“O meu lema de vida é dar sempre o meu melhor em tudo o que faço, respeitando todos os que se cruzam no meu caminho. E foi assim durante estes anos na Lavradores de Feitoria. Aprendi muito, sobretudo com o Fernando Albuquerque e com o Dirk Niepoort, a quem serei sempre grata. Agora, senti que estava na hora de encerrar este ciclo e, por isso, não aceitei o convite para continuar, nas últimas eleições”, afirma a gestora e enóloga.