A cantora e compositora francesa Françoise Hardy, popular nos anos 60 e voz do êxito ‘Tous les Garçons et les Filles’, morreu esta terça-feira aos 80 anos.
A comunicação do óbito coube ao filho Thomas Dutronc.
A causa da morte não foi ainda revelada, mas sabe-se que a artista sofria de cancro e em dezembro de 2023 escrevera uma carta ao presidente francês, Emmanuel Macron, pedindo a legalização da eutanásia.
Hardy, uma das grandes figuras do yé-yé da década de 60, lutava há quase vinte anos contra um linfoma, tendo-lhe sido entretanto diagnosticado, também, um cancro na faringe. O estado de saúde de Hardy, que completou 80 anos em janeiro deste ano, agravou-se desde 2021.
Por isto, na carta, publicada pelo jornal “La Tribune”, Hardy afirmou estar a viver “um pesadelo” e pediu a Macron que “empatia”, lembrando a própria mãe da artista, Madeleine, que sofria da doença de Charcot e que foi ajudada por médicos e por Hardy a morrer em paz: “Graças a dois médicos corajosos e compreensivos, ela não teve que testemunhar o fim de uma doença incurável”. “Quero partir em breve e de maneira rápida”, escreveu.
Nascida em Paris a 17 de janeiro de 1944, durante a ocupação nazi da França, Françoise Madeleine Hardy lança as primeiras canções em 1962, aos 18 anos. ‘Tous les Garçons et les Filles’, de sua autoria, é lançada nesse ano e vende mais de dois milhões de cópias, tornando-se um êxito em todo o mundo.
Nesse mesmo ano publica um álbum com o mesmo nome, que inclui outro sucesso: ‘Le Temps de L’Amour’. Participa no Festival da Eurovisão em 1963 representando o Mónaco, com ‘L’Amour S’En Va’.
Em 1967 enceta um relacionamento amoroso com o também cantor Jacques Dutronc, com quem tem um filho, Thomas, em 1973. Entre os anos 60 e o final dos anos 70 lança cerca de 20 álbuns. Nessas decadas, ten também vários papéis no cinema: participou em filmes de Roger Vardim, Jean-Luc Godard e Claude Lelouch, entre outros. Casa-se com Dutronc em 1981, separando-se em 1988.
A sua produção musical diminui drasticamente a partir do final da década de 80. Contudo, em 1995 ganha destaque num dueto com os Blur numa nova versão de ‘To The End’, tema incluído no álbum “Parklife” (1994) da banda britânica, originalmente gravada com Laetitia Sadier, dos Stereolab.