Luís Montenegro puxou dos galões para anunciar que ao cabo de “32 dias de trabalho” – na verdade o executivo tomou posse há cerca de mês e meio –, o Governo conseguiu, entre outras medidas já anunciadas, decidir a localização do novo aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete, avançar para o reforço da capacidade do aeroporto Humberto Delgado e “mandatar a Infra-Estruturas de Portugal” para concluir os estudos necessários ao projecto de uma terceira travessia do Tejo, a qual permitirá depois assegurar a ligação ferroviária de alta-velocidade entre Lisboa e Madrid.
O primeiro-ministro defendeu que a opção por um aeroporto único em Alcochete “é decisão mais adequada aos interesses estratégicos do país”, não apenas porque tem esta solução tem “margem de expansão física” da futura infra-estrutura, mas também porque “salvaguarda a manutenção e o crescimento possível do hub da TAP em Portugal”, além de que “assegura sustentabilidade tendo já tido declaração de impacte ambiental, que entretanto caducou”.
E ainda enquanto “fomento da capacidade intermodal de todo o nosso sistema de transportes”, bem como pela “nova centralidade económica e social” de que beneficiará a zona do Arco Ribeirinho Sul.
O primeiro-ministro lembrou ainda que o trabalho da comissão técnica independente que apontou esta localização como preferencial foi uma consequência do acordo alcançado entre o Governo de António Costa e o PSD por si liderado.
Foi esse trabalho que permitiu que o “decisor político pudesse tomar uma decisão”, vincou, lembrando que tanto ele próprio como o ex-primeiro-ministro frisaram na altura que “um ano de trabalho da CTI não significava atrasar mais um ano uma decisão que se aguardava há já 50 anos”.
Montenegro insistiu notando que enquanto líder da oposição ficou “ao lado do país e do Governo” e que “fez o trabalho de casa” antes de assumir funções, recordando o grupo de trabalho interno do PSD criado para que, se tomasse posse como chefe do executivo, pudesse rapidamente tomar uma decisão.
Assim, no Conselho de Ministros realizado na tarde desta terça-feira, o Governo da Aliança Democrática aprovou o “desenvolvimento do novo aeroporto de Lisboa com vista à substituição do aeroporto Humberto Delgado no Campo de Tiro de Alcochete”, que terá o nome de “Luís de Camões”, “determinar o desenvolvimento do plano de obras no aeroporto Humberto Delgado” para cumprir “investimentos adiados” e lhes acrescentar “investimentos que permitam maior capacidade operacional em movimentos por hora”, e “mandatar a Infra-Estruturas de PT para concluir os estudos necessários para a construção da terceira travessia do Tejo” e a ligação ferroviária Lisboa-Madrid.
O também líder do PSD notou que estas decisões agora anunciadas se juntam à descida do IRS, ao início de negociações com professores, profissionais dos sectores de segurança, justiça e saúde, aumento do Complemento Solidário para Idosos e comparticipação a 100% nos medicamentos para esses beneficiários e à nova estratégia para a habitação. Tudo para concluir que “vivemos tempos de incerteza e instabilidade na Europa e no mundo” e que “este Governo, apesar dessa incerteza e dessa instabilidade, vê o futuro de Portugal com esperança e confiança”.