A ministra da Saúde admitiu esta manhã erros nas escalas para as urgências hospitalares durante o verão. Alguns foram corrigidos ontem depois da publicação dos mapas, mas outros continuam.
“De facto, o sistema ainda não está a funcionar totalmente de forma adequada e tivemos erros ontem [sexta-feira]. Estão a ser feitos testes. Espero que na próxima semana os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde consigam ter esta informação, que é dinâmica, cada vez mais perfeita”, disse Ana Paula Martins.
“Admito que possam existir outros, temos de estar sempre a avaliar enquanto não tivermos o sistema otimizado”, concluiu.
O Governo divulgou esta sexta-feira quais os serviços de urgências dos hospitais que vão estar encerrados ou sofrer restrições até à próxima quinta-feira, dia 20 de junho.
Há várias urgências com constrangimentos na próxima semana e estão previstos condicionamentos nos serviços de pediatria e obstetrícia em vários hospitais.
Urgências atualizadas “pelo menos uma vez por dia” e SNS24/INEM atualizado “ao minuto”
Contactada pela agência Lusa, fonte do gabinete da ministra Ana Paula Martins garantiu que “os mapas são atualizados pelo menos uma vez por dia, enquanto o SNS24/INEM é atualizado ao minuto”.
Segundo a mesma fonte, em Portugal continental estão hoje 90 serviços de urgência abertos.
Fechados estão sete e com constrangimentos nove.
Além do Hospital de Setúbal, a agenda da ministra da Saúde inclui hoje visitas à Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, ao Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, e ao Hospital Fernando da Fonseca, na Amadora.
“Estas são visitas de trabalho para conversar com as equipas, estar no terreno e dar tranquilidade às pessoas. Está previsto fazer este tipo de visitas mais vezes e estar no terreno o mais possível”, disse à Lusa fonte do Ministério da Saúde.
Avaliar o funcionamento da linha SNS Grávida
Além da questão dos mapas das urgências, Ana Paula Martins está a avaliar hoje o funcionamento da linha SNS Grávida criada ao abrigo do Plano de Emergência para a saúde apresentado a 29 de maio.
Até ao momento registaram-se 3.854 chamadas, o que equivale a uma média de 275 por dia.
Nesse plano, e num eixo chamado “bebés e mães em segurança”, a tutela avançava com a criação de um canal de atendimento direto para a grávida na linha SNS 24 (SNS Grávida), a atribuição de incentivos financeiros para aumentar a capacidade de realização de partos e o reforço de convenções com os setores social e privado.
Foi também anunciado nessa data que o Governo pretende criar um regime de atendimento referenciado de ginecologia de urgência, a atualização dos rácios de pessoal e da composição das equipas nos locais de parto em função de critérios técnico-científicos, assim como a revisão da tabela de preços convencionados para ecografias pré-natais.
Num prazo mais longo — medidas estruturantes – o executivo aponta para a separação das especialidades de ginecologia e de obstetrícia, para o reforço do acompanhamento da grávida por especialistas em enfermagem de saúde materna e para o estabelecimento de novas estruturas de organização para blocos de parto.