A Microsoft, que gere um império de tecnologia com grande aposta na Inteligência Artificial (IA), acredita que em 2024 a ferramenta vai ter um papel importante em áreas como a saúde e o ambiente, na multimodalidade das plataformas e nos pequenos modelos de linguagem (SLM).
Estas são as três grandes tendências desta tecnologia apontadas pela empresa fundada por Bill Gates que vão traçar “os meses que ainda faltam” deste ano, lê-se num comunicado da empresa ao qual o Negócios teve acesso.
No campo científico, a Microsoft acredita que a IA vai acelerar a resolução de questões como “as alterações climáticas, crises energéticas e doenças”, ou em matérias como baterias menos tóxicas, transformando trabalho que normalmente demora “anos” em “apenas algumas semanas ou meses”.
Com as parcerias estabelecidas nos últimos anos, como com a Paige em setembro de 2023 na criação do “maior modelo mundial de IA baseado em imagens para combater o cancro”, ou no estudo de medicamentos “inovadores” e outros para combater doenças infecciosas, a Microsoft “antecipa grandes ganhos” para a ciência com a atuação desta tecnologia.
Além disso, prevê também uma maior eficiência na agricultura, ao criar “melhores previsões meteorológicas e estimativas de carbono”, e ao promover a prática sustentável no setor. “O mesmo acontece no terreno, com o desenvolvimento de um chatbot que pode processar, por exemplo, a fotografia de uma erva daninha misteriosa, fornecendo informações sobre a mesma ao agricultor”, explica.
No que toca à aposta nos pequenos modelos de linguagem (SLM), que funcionam para a automatização do atendimento ao cliente e de envio de emails, ou na otimização de vendas e marketing, por exemplo, a gigante norte-americana lançou as plataformas Phi e Orca. Estas ferramentas funcionam como complemento aos grandes modelos de linguagem (LLM), como é o caso do recente Copilot ou da Azure, que “exigem recursos computacionais significativos para que sejam executados” – e é aqui que a Microsoft acredita que os SLM sejam um dos campos de sucesso da IA em 2024.
“Os pequenos modelos de linguagem podem tornar a IA mais acessível devido ao seu tamanho e acessibilidade”, afirmou Sebastien Bubeck, da Microsoft Research.
Por fim, a tendência da multimodalidade. A Microsoft crê que a IA, ao alargar os formatos a texto, imagem, áudio e vídeo, está “a tornar diversas tecnologias, desde ferramentas de pesquisa até aplicações dedicadas à criatividade, mais ricas, precisas e contínuas”.
(Texto editado por Carla Pedro)
