No seu habitual espaço de comentário na SIC, ao domingo à noite, Luís Marques Mendes elogiou a escolha do novo aeroporto, no Campo de Tiro de Alcochete, que “aliviou o país”. A decisão, entende, “será irreversível” e não deverá exigir o dinheiro dos contribuintes.
“Era a escolha que estava prevista. Foi bom para o Governo porque estudar é sempre mais fácil do que decidir, e o Governo de Luís Montenegro decidiu. Teve a coragem de decidir e o talento de explicar bem”, afirmou o ex-líder do PSD.
A construção do aeroporto, que deverá estar pronto daqui a 10 anos, pode demorar mais tempo, ter percalços e derrapagens, mas “a solução tomada não volta para trás”, considera. Acima de tudo, “o país ficou aliviado, anda há anos cansado das discussões e dos debates” em torno desta questão.
O passo seguinte é decidir o financiamento. A primeira grande questão que se impõe é: quem é que vai pagar a construção? E Marques Mendes responde: “Vai ser a ANA. Mas na negociação entre o Estado e a ANA haverá contrapartidas”. Ainda assim, crê que “o Governo quer honrar a palavra de que não sairá um euro do Orçamento do Estado”.
A crise na Santa Casa e as ofensas no Parlamento
O buraco na Santa Casa foi outro dos grandes assuntos abordados pelo comentador. Apesar de ser contra a banalização de inquéritos parlamentares, Luís Marques Mendes diz que, neste caso, “não há dúvidas”. “Tem de ser feito um. Se há matéria que justifique um inquérito parlamentar é este. É dinheiro público”.
Até porque “ainda ninguém percebeu o seguinte”, continua: “Há poucos anos a Santa Casa era financeiramente um poço sem fundo e, de repente, em pouco tempo, está quase em falência técnica. Isto tem de ser esclarecido. E até agora não foi”.
As ofensas no Parlamento foram mais um tema em debate, com o político a achar um “exagero” a “campanha de críticas em relação a Aguiar-Branco”, presidente da Assembleia da República, perante um discurso do Chega. Questionado se um deputado podia dizer na AR que “uma raça ou etnia é mais burra ou preguiçosa”, José Pedro Aguiar-Branco respondeu “pode”.
“Até parece que cometeu um crime”, advertiu Marques Mendes. “A liberdade de expressão de cada deputado é inatacável” e o presidente da Assembleia da República “não tem obrigação de intervir”. “Mas acho que deve fazer um reparo se é uma intervenção injuriosa ou ofensiva. Faltou essa parte”, finalizou.