Pelo menos 63 pessoas foram detidas na noite desta terça-feira em Tbilissi, na Geórgia, em mais uma jornada de protestos contra a chamada “lei dos agentes estrangeiros”, que durou quase seis horas e em que ficaram feridos seis polícias.
“Os participantes no protesto atiraram vários objectos pesados, incluindo garrafas e pedras, contra os agentes”, disse o ministro do Interior da Geórgia, Alexandr Darajvelidze, em conferência de imprensa. De acordo com o governante, as forças de segurança tiveram de utilizar meios especiais para dispersar a manifestação quando esta assumiu um “carácter violento”.
Entre os feridos durante o protesto encontra-se também um dos líderes da oposição georgiana, Leván Jabeishveli.
De acordo com a polícia, Jabeishveli, que se encontra actualmente hospitalizado, tentou escapar a um cordão policial durante a manifestação e resistiu às forças de segurança.
Os opositores denunciam que a lei do Governo é uma cópia da legislação em vigor na Rússia, utilizada para silenciar os dissidentes.
A lei dos “agentes estrangeiros” dita que organizações não-governamentais e media que recebam mais de 20% de fundos de outros países têm de ser registados como “agentes de influência estrangeira” e reportar os seus rendimentos.
Na Rússia, foi aprovada em 2012 uma lei semelhante, que é vista pelos críticos como uma forma de censura. A banda de punk Pussy Riot e o opositor de Putin Alexey Navalny, que morreu em Fevereiro, são alguns exemplos de pessoas que foram incluídas na lista de “agentes estrangeiros” da Rússia.
Os manifestantes tentaram, na terça-feira, bloquear o edifício do parlamento, fortemente vigiado pela polícia de choque, que utilizou gás lacrimogéneo para dispersar os opositores. Os manifestantes gritavam “Não à lei russa!” e “Geórgia!” enquanto atiravam ovos à polícia.
Os protestos na Geórgia contra a “lei de transparência da influência estrangeira”, que os deputados já aprovaram em primeira leitura, começaram há mais de duas semanas.
Ao mesmo tempo, os apoiantes do Governo reuniram na segunda-feira dezenas de milhares de pessoas na capital da Geórgia em apoio à política do executivo.