A Ucrânia adotou uma nova medida para repor as fileiras do exército: os homens ucranianos com idade de combater que vivem no estrangeiro deixaram de poder sair da Ucrânia se visitarem o país desde 1 de junho. A medida aplica-se a ucranianos que “tenham saído da Ucrânia há mais de três meses”, disse hoje o porta-voz dos guardas fronteiriços ucranianos, Andriy Demtchenko, à agência francesa AFP.
A alteração da lei destina-se a impedir que os ucranianos titulares de autorizações de residência no estrangeiro saiam da Ucrânia, quando podiam viajar livremente antes da entrada em vigor da lei.
“Esta disposição aplica-se aos cidadãos ucranianos do sexo masculino com idades compreendidas entre os 18 e os 60 anos”, precisou o porta-voz dos guardas fronteiriços.
Portugal entre países da UE que pedem negociações de adesão com Ucrânia e Moldávia
Em véspera de eleições europeias, Portugal junta-se a mais 11 Estados-membros para pedir negociações de adesão com a Ucrânia e com a Moldávia. O pedido foi feito através de uma carta conjunta à presidência semestral belga da UE apelando à convocação, em junho, da Conferência Intergovernamental para negociar as adesões da Ucrânia e da Moldávia.
“Apelamos conjuntamente à adoção dos quadros de negociação para a Ucrânia e a Moldova pelo Conselho dos Assuntos Gerais, o mais tardar em junho, a fim de convocar conferências intergovernamentais com ambos os países até ao final de junho de 2024”, escrevem o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, juntamente com os seus homólogos da Alemanha, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Finlândia, Letónia, Lituânia, Polónia, República Checa, Roménia e Suécia.
Os ministros dos 12 Estados-membros consideram que “a abertura das negociações de adesão traria uma motivação adicional tanto para a Ucrânia como para a Moldova”, nomeadamente considerando “a terrível situação no terreno na Ucrânia e a proximidade das eleições presidenciais e do referendo sobre a UE na Moldova”.
Também esta quarta-feira, o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, insistiu que os ministros dos países da moeda única continuam empenhados em apoiar a Ucrânia enquanto houver necessidade e enalteceu a utilização das receitas dos bens russos imobilizados.
“Reafirmámos o nosso apoio incondicional à Ucrânia e continuamos fortemente empenhados em ajudá-la com as necessidades financeiras. Na reunião [de hoje] recordámos a decisão unânime do mês passado de todos os Estados-membros da União Europeia [UE] de utilizar as receitas extraordinárias diretas dos bens russos imobilizados na Europa para beneficiar a Ucrânia”, disse Paschal Donohoe, numa mensagem divulgada depois da reunião por videoconferência.
Outras notícias que marcaram o dia:
⇒ Guterres encontra-se com Blinken para discutir guerras em Gaza, Ucrânia e Sudão. Além da guerra entre Israel e o Hamas, os dois líderes discutiram também a cooperação dos Estados Unidos com a ONU no apoio aos esforços da Ucrânia “no sentido de uma paz abrangente, justa e duradoura.
⇒ O Presidente dos Estados Unidos vai encontrar-se com o homólogo da Ucrânia à margem das comemorações do desembarque na Normandia (França) e depois na cimeira do G7 em Itália, anunciou a Casa Branca. O anúncio foi feito na terça-feira, pouco depois de Joe Biden ter partido para França.
⇒ O Presidente francês, Emmanuel Macron, vai participar na cimeira de paz para a Ucrânia, na Suíça em meados de junho, anunciou o Palácio do Eliseu, que revelou também a assinatura de um novo acordo entre Paris e Kiev. Além do auxílio militar à Ucrânia “a longo prazo”, a França pretende prestar “o seu apoio político e diplomático”, de acordo com a Presidência francesa.
⇒ O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, chegou ao Catar para um encontro com o emir catari, cujo país é mediador no ‘dossier’ do regresso das crianças ucranianas da Rússia ou de territórios ocupados a Kiev. “Cheguei ao Catar para me reunir com o meu amigo, Sua Alteza o xeque Tamim ben Hamad Al Thani”, anunciou o Presidente ucraniano na sua conta da rede social X. “O Catar ajuda a Ucrânia no regresso das crianças levadas pela Rússia. Vamos discutir esses esforços”, acrescentou.