O grupo islamita Hamas propôs na sua “resposta positiva” ao plano de cessar-fogo do presidente norte-americano, Joe Biden, um “novo calendário” para um cessar-fogo permanente em Gaza e uma retirada israelita de toda a Faixa.
“Trata-se também de esclarecimentos sobre o cessar-fogo permanente, a retirada de Gaza e o calendário durante o qual este procedimento terá lugar. […] Não há mudanças fundamentais no que respeita à troca de prisioneiros, mas sim algumas questões relacionadas com o cessar-fogo e quando será permanente”, disse uma fonte do Hamas.
A guerra em Gaza já matou mais de 36 mil palestinianos em apenas oito meses
Mohammed Salem/Reuters
Guerra no Médio Oriente
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O Catar, Egito e Estados Unidos, que medeiam o conflito de Gaza, anunciaram na terça-feira que tinham recebido uma proposta do Hamas e de outras fações palestinianas, referindo-se à Jihad Islâmica, outro grupo que aparentemente também mantém reféns israelitas, sem especificar o seu conteúdo.
Os mediadores afirmaram que irão estudar a resposta “com as partes interessadas” e que continuarão a envidar esforços para chegar a um acordo com base na proposta anunciada por Biden a 31 de maio, que foi apoiada por numerosos atores da comunidade internacional.
Os Estados Unidos da América prometeram que vão trabalhar com os países mediadores para chegar a um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, reconhecendo que nem todas as exigências do grupo islamita palestiniano Hamas são “exequíveis”.
Em visita a Doha, Catar, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, indicou que Washington analisou as sugestões apresentadas pelo Hamas na terça-feira, concluindo que “algumas mudanças são viáveis, mas outras não”.
Outras notícias que marcaram o dia:
⇒ O Hezbollah anunciou na madrugada desta quarta-feira a morte de um dos principais comandantes militares do movimento xiita, num ataque no sul do Líbano, atribuído ao exército de Israel. “É com grande orgulho e honra que a Resistência Islâmica anuncia o martírio do comandante Taleb Sami Abdallah, conhecido como Hajj Abou Taleb”, escreveu o grupo. Em resposta à morte de Hajj Abou Taleb, o movimento xiita libanês Hezbollah vai intensificar os ataques contra Israel “Vamos aumentar a intensidade, o poder, o número e a qualidade das nossas operações”, afirmou Safieddine no funeral do mesmo.
⇒ Os militares israelitas declararam que cerca de 90 projéteis foram disparados esta quarta-feira do Líbano contra Israel, após um ataque israelita ter matado um alto comandante do Hezbollah no sul do Líbano na terça-feira. Vários projéteis foram intercetados, mas outros caíram no norte de Israel, causando incêndios em alguns locais, acrescentou o exército, sem especificar a extensão do incidente.
⇒ Mais de oito mil crianças com menos de cinco anos foram tratadas por subnutrição aguda na Faixa de Gaza e 28 morreram, revelou hoje a Organização Mundial da Saúde (OMS). Uma parte significativa da população daquele território palestiniano – há mais de oito meses palco de uma guerra de Israel contra o movimento islamita palestiniano Hamas – enfrenta atualmente um nível catastrófico de escassez de alimentos e condições de quase inanição, indicou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa conferência de imprensa em Genebra, sede da agência especializada da ONU.
⇒ O BE desafiou o Governo PSD/CDS-PP a reconhecer o estado da Palestina, insistindo que Portugal está a ser “cúmplice de um genocídio”, com o PSD a recusar a utilização do tema como “propaganda política” com objetivo eleitoral. O conflito israelo-palestiniano foi o tema escolhido pelo BE para a sua declaração política, na Assembleia da República, com a deputada Marisa Matias a lançar o repto ao governo liderado por Luís Montenegro para reconhecer o estado da Palestina. “Para haver solução de dois Estados é preciso que se reconheçam ambos, senão são só palavras ao vento”, criticou.