Questionado por Paulo Núncio, deputado do CDS-PP e antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Joaquim Miranda Sarmento afirmou que “na pasta de transição não estava qualquer referência às contas do Banco de Portugal” e confessou “surpresa e espanto e preocupação” com a informação – avançada pelo Negócios – de que o supervisor atingiu um prejuízo operacional (resultado antes de provisões e impostos) de 1.054 milhões de euros.
O responsável pela pasta das Finanças prometeu “avaliar os impactos ao nível do balanço e das contas deste ano e dos próximos anos, desse prejuízo”.
Miranda Sarmento aproveitou para vincar que “do ponto de vista orçamental, o Governo anterior, de 2016 a 2023, beneficiou muito da política monetária do BCE”, o que “além da redução de juros, de quase 3 mil milhões de euros”, resultou também em “quase mil milhões por ano de dividendos e IRC do Banco de Portugal”.
“Foi o PS, quando era Governo e o atual governador era ministro das Finanças, que quis reduzir as provisões do Banco de Portugal para dar ainda mais margem orçamental nesses anos”. Joaquim Miranda Sarmento entende que nesse cenário “hoje poderíamos ter uma situação ainda mais difícil no Banco de Portugal do que aquela que resulta de mil milhões de euros de prejuízos”.