Em Abril, 454.528 mil doentes inscritos na lista de espera para uma consulta de especialidade tinham ultrapassado os tempos máximos de resposta garantidos (TMRG), contabilizou o Governo no plano de emergência para a saúde, que apresentou no final de Maio. Eram “aproximadamente 51%” do total de inscritos, salientava-se no documento, que estabeleceu as linhas gerais do pacote que está a ser preparado para aumentar o número de primeiras consultas.
Uma das soluções é o pagamento de incentivos, à semelhança do que está a ser feito para as cirurgias, nomeadamente oncológicas. O Expresso revela, na edição desta sexta-feira, que o valor global desta medida deverá ficar “próximo dos 250 milhões” de euros.
O valor adicional por cada consulta ainda não é conhecido, refere o mesmo jornal, que adianta que este pagamento adicional deverá ter início já a partir do final de Agosto, quando for criado o Sistema Nacional de Acesso a Consulta e Cirurgia, para substituir o actual Sistema Integrado de Inscritos para Cirurgia.
Segundo a informação do Plano de Emergência, as especialidades onde existem mais dificuldades em responder a tempo aos pedidos de consulta são oftalmologia, ortopedia e dermatologia. O Alentejo e Lisboa e Vale do Tejo “são as zonas com maiores dificuldades na resposta, contabilizando um tempo médio para consulta de 260 e 143 dias, respectivamente”, diagnosticou o Governo, que pretende conseguir dar resposta a estes doentes até ao final do ano.
O jornal refere também que o Governo pretende reorganizar os fluxos dos doentes, encaminhando para os centros de saúde quem já não precisa de acompanhamento hospitalar ou encaminhar os doentes para vagas em especialidades relacionadas. Caso o SNS não tenha capacidade de resposta, poderá ser encaminhado para o sector privado com convenção.
Relativamente ao plano de resposta aos doentes oncológicos que já tinham ultrapassado o TMRG para cirurgia, o Expresso adianta que “faltam agendar apenas as operações de 471 doentes” e que entre 18 de Maio e 14 Junho realizaram-se 5871 cirurgias, todas no SNS.