A Google está a considerar a possibilidade de cobrar por novos recursos premium alimentados por inteligência artificial generativa (como o ChatGPT), o que seria a maior mudança de sempre no motor de pesquisa, escreve o “Financial Times”.
Segundo o jornal, esta iniciativa mostra que a empresa que pertence à Alphabet ainda está a lutar para se adaptar a esta tecnologia, que ameaça o seu negócio de publicidade.
A Google ainda está a analisar opções, incluindo adicionar certos recursos de pesquisa baseados em inteligência artificial (IA) aos seus serviços de assinatura premium, que já oferecem acesso ao seu novo assistente Gemini AI no Gmail e no Docs, de acordo com três pessoas ouvidas pelo jornal.
Mas apenas a funcionalidade de IA será paga. Assim, o mecanismo de pesquisa tradicional, como o conhecemos, permanecerá gratuito, enquanto os anúncios continuam a aparecer ao lado dos resultados de pesquisa.
No ano passado, a Google registou receitas de 175 mil milhões de dólares só em pesquisa e anúncios relacionados, mais de metade do total das receitas. Mas agora luta contra a inteligência artificial generativa, particularmente contra o ChatGPT (da OpenAI, com parceria com a Microsoft) lançado no final de 2022. O ChatGPT pode fornecer respostas rápidas a muitas perguntas, ameaçando tornar redundante a lista de links de um motor de pesquisa tradicional e os anúncios lucrativos que aparecem ao seu lado, como acontece na Google.
Mas a Google pode sofrer consequências mesmo se inserir inteligência artificial no seu motor de pesquisa. Alguns analistas alertaram que o negócio de publicidade da Google pode ficar afetado com esta nova ferramenta, por fornecer respostas mais completas que não exigissem mais que os utilizadores clicassem nos sites dos anunciantes.
Ao jornal, a empresa disse que “não está a trabalhar ou a considerar” uma experiência de pesquisa sem anúncios, mas que “continuará a construir novos recursos e serviços premium para melhorar” as suas ofertas.