Os líderes do G7 — o grupo dos países mais industrializados do mundo — concordaram esta quinta-feira em mobilizar 50 mil milhões de dólares (46,3 mil milhões de euros) para ajudar na reconstrução da Ucrânia, usando os ativos russos congelados. “Há um acordo”, anunciou a presidência francesa em comunicado.
“É inicialmente uma iniciativa norte-americana. Este empréstimo destina-se a ser reembolsado com os recursos dos ativos russos congelados” pela União Europeia depois do início da guerra na Ucrânia, que dura há 28 meses.
“Cimeira do G7. Apoio inequívoco à Ucrânia, ao direito internacional e a uma paz justa”, afirmou o líder ucraniano, publicando uma foto com os líderes mundiais durante o encontro, que decorre em Itália. “Todos os dias reforçamos as nossas posições e a nossa defesa da vida”, afirmou.
Foto de família da reunião do G7, que decorre em Itália: primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, a anfitriã, posa com o Presidente norte-americano Joe Biden, o Presidente francês Emmanuel Macron, o primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau, o chanceler alemão Olaf Scholz, o primeiro-ministro britânico Rishi Sunak e o seu homólogo japonês, Fumio Kishida
Guglielmo Mangiapane/Reuters
Guerra na Ucrânia
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OUTRAS NOTÍCIAS QUE MARCARAM O DIA:
⇒ Os sistemas de defesa antiaérea russos abateram quatro drones de asa fixa ucranianos sobre duas regiões, a norte e leste de Moscovo, informou hoje o Ministério da Defesa da Rússia através do canal Telegram. Três dos dispositivos não tripulados foram abatidos sobre a região de Yaroslav, a cerca de 600 quilómetros do ponto mais próximo da fronteira com a Ucrânia. O quarto aparelho foi abatido sobre a vizinha região de Vladimir, segundo indicou o comando militar russo, que não apontou a existência de vítimas nem de danos na zona.
⇒ Os Estados Unidos, num comunicado emitido pela Casa Branca, acusaram novamente Moscovo, de ter transferido crianças ucranianas para a Rússia após a invasão da Ucrânia, algumas das quais foram entregues para adoção. O comunicado refere-se em particular a uma investigação do diário Financial Times, publicada hoje, que afirma ter identificado e localizado quatro crianças ucranianas transferidas para a Rússia, depois oferecidas para adoção no site usynovite.ru. As crianças têm entre 8 e 15 anos.
⇒ Em mensagens na rede social Telegram, o ex-presidente russo Dimitri Medvedev defendeu hoje “causar o máximo dano” aos EUA e seus aliados pelas sanções contra Moscovo, incluindo entrega de armas “aos inimigos do mundo ocidental” e recurso a notícias falsas. “Aprendemos a viver a a desenvolver-nos apesar das sanções”, escreveu Medvedev numa mensagem citada pela Europa Press.
O ex-presidente russo defendeu a imposição de “danos às suas economias, instituições e governantes” e “danos ao bem-estar dos seus cidadãos e à sua confiança no futuro”. “Para isso devemos procurar as vulnerabilidades chave das suas economias e aplicar-lhes golpes em todas as áreas. Causar danos em todas as partes, paralisar as empresas e agências governamentais”, acrescentou.
O que inclui a entrega de armamento: “Receiam que entreguemos armas aos inimigos do mundo ocidental? Devemos dar-lhes todo o tipo de armas, exceto armas nucleares, por enquanto” defendeu, continuando: “Receiam a anarquia e uma explosão do crime nas principais cidades? Devemos ajudar a desorganizar os seus governos locais”.
Ukrinform
⇒ O Secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, revelou hoje que de momento o país não tem sistemas de defesa antiaérea MIM-104 Patriot para enviar para a Ucrânia, mas garantiu que Washington está em “contacto constante” com Kiev.
⇒ O secretário-geral da NATO descartou esta quinta-feira a possibilidade de mais países acompanharem a decisão da Hungria de deixar de contribuir no apoio à Ucrânia, depois de uma reunião com o primeiro-ministro húngaro, na quarta-feira. Em Bruxelas, à entrada da reunião dos ministros da Defesa da NATO, Jens Stoltenberg frisou que a Hungria vai continuar a contribuir para a NATO, só não o vai fazer para apoiar com decisões próprias a Ucrânia.
NIDS/NATO Multimedia Library
Internacional
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⇒ O Papa Francisco associou-se hoje ao apelo para uma trégua olímpica proposto pela ONU para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris, perante o atual “momento histórico particularmente sombrio”. Os Presidentes francês e chinês, Emmanuel Macron e Xi Jinping, já se tinham associado a este apelo, que, a ser aceite, iria permitir pausas em conflitos em locais como a Ucrânia ou Gaza. Volodymyr Zelensky rejeitou a ideia por não confiar no homólogo russo e por não acreditar que o chefe de Estado retiraria as suas tropas.
⇒ Dois anos de conflito na Ucrânia devido à invasão pela Rússia lançaram mais 175 milhões de toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera, o equivalente às emissões anuais de 90 milhões de automóveis, segundo um relatório divulgado hoje com o patrocínio do Ministério da Proteção Ambiental e Recursos Naturais da Ucrânia.