O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, afirmou que o dia em que as conclusões do inquérito foram publicadas representa um dia de vergonha para o Estado britânico, envolvendo ministros, funcionários do governo e pessoas que trabalham no serviço de saúde. “Este é um dia de vergonha para o Estado britânico. O resultado deste inquérito deveria abalar a nossa nação até ao seu âmago”, disse Sunak ao Parlamento.
Mais de 30 mil pessoas receberam sangue e produtos sanguíneos infetados nas décadas de 1970 e 1980 do Serviço Nacional de Saúde britânico, financiado pelo Estado, sendo que 3 mil pessoas morreram e milhares ficaram infetadas com hepatite ou VIH. Nalguns casos, os produtos sanguíneos obtidos a partir de doações de prisioneiros americanos ou de outros grupos de alto risco foram utilizados em crianças, infetando-as com VIH ou hepatite C, muito depois de os riscos serem conhecidos.
O presidente do inquérito, Brian Langstaff, afirmou que o governo escondeu a verdade para “salvar a face e poupar despesas” e acrescentou que as vítimas deveriam agora receber uma “indemnização adequada”.
“Este desastre não foi um acidente”, disse Langstaff. “As infeções aconteceram porque os responsáveis – médicos, serviços de sangue e sucessivos governos – não puseram a segurança dos doentes em primeiro lugar.”
A utilização de sangue infetado causou milhares de vítimas nos Estados Unidos, em França, no Canadá e noutros países.