A startup ligada ao mercado dos satélites abriu um centro de I&D em Portugal no final do ano passado e está a iniciar a sua expansão internacional.
A startup espanhola Fossa Systems anunciou esta segunda-feira que angariou 6,3 milhões de euros numa ronda de investimento série A coliderado pelas sociedades de capital de risco Indico Capital Partners e Nabtesco Technology Ventures (NTV). A empresa, que abriu um centro de I&D em Portugal no final do ano passado, pretende aumentar a constelação de satélites.
Com este financiamento – que contou ainda com a participação da Newmind Venture e da Sabadell Venture Capital – a tecnológica pretende melhorar o seu trabalho de gestão remota de ativos para casos de utilização industrial e criar uma rede de comunicações direta ao dispositivo de 80 satélites para os clientes rastrearem e monitorizarem com segurança os seus ativos de forma remota.
A Fossa tem 17 nanossatélites, lançados em órbita desde 2021, e está a começar a expansão internacional deste negócio das redes de satélites dedicadas e serviços de gestão de ativos aa partir de uma constelação própria.
“Estamos entusiasmados por reforçar a nossa oferta de IoT [Internet of Things] por satélite como um serviço comercial e consolidar a nossa tecnologia de nanossatélites no centro do nosso modelo de negócio. Este investimento irá acelerar drasticamente o tempo de comercialização da Fossa e consolidar a nossa posição como o fornecedor líder de soluções de IoT por satélite”, afirma o CEO e cofundador da Fossa, Julián Fernández, em comunicado divulgado pelos investidores portugueses.
Na opinião de Stephan Morais, presidente da Indico Capital Partners, que investiu através do Indico Blue Fund, a solução da Fossa “responde a uma necessidade crítica de conetividade IoT em áreas remotas, num mundo onde a monitorização e o rastreio fiáveis de ativos são muito valorizados, nomeadamente no oceano”. “Demonstrou claramente as suas capacidades técnicas no desenvolvimento de nanossatélites”, acrescentou o managing partner da NTV, Hiroshi Nerima.
A empresa com sede em Madrid, que tem uma parceria com a Microsoft, acredita que o mercado de IoT (ou Internet das Coisas), que se prevê que cresça 20% por ano até 2030 para os quatro mil milhões de dólares, não acompanhou o rápido crescimento das comunicações de banda larga por satélite. Logo, “as empresas ainda dependem de fornecedores terrestres que cobrem apenas 20% da terra e de operadores de satélites antigos e de elevado custo”, o que impacta sobretudo sectores como a agricultura, silvicultura, extração de recursos, logística, energia e defesa, que requerem fontes de dados de baixo consumo.