“Mais do que qualquer expressão séria de posicionamento político é sobretudo uma manifestação demagógica, disse o PCP sobre a solução apresentada por PS e JPP como solução governativa na Madeira.
O PCP considerou que o entendimento entre o PS e o Juntos pelo Povo (JPP) que tem como objetivo apresentar uma solução de governo na Região Autónoma da Madeira, sem o PSD, “não pode ser levado a sério”.
A solução PS e JPP foi apresentada na passada segunda-feira pelos líderes regionais, Paulo Cafôfo e Élvio Sousa. Esta solução reúne 20 deputados um número superior aos 19 eleitos pelo PSD, contudo não é suficiente para ser atingida maioria absoluta no parlamento da Madeira, obtida com 24 deputados.
“Mais do que qualquer expressão séria de posicionamento político ela é sobretudo uma manifestação demagógica, concebida para consumo mediático sem qualquer consequência, desprovida da mínima coerência. De facto apresentarem-se como “alternância” com base numa solução que só é viável se envolver a direita mais liberal e o CDS-PP – partido que acaba de estar coligado nos últimos anos com o PSD – põe a nu a incoerência total desta iniciativa”, disse o PCP.
A força partidária considera que “mais do que qualquer vontade de oposição” ao PSD o que sobra deste “número” do PS e JPP é uma “confissão antecipada de cobertura política à governação” do PSD.
“Com verdade se pode afirmar, que o que de substancial PS e JPP vieram anunciar […] é que, confirmada a óbvia inconsequência desta proposta confessada aliás pelos próprios, o que sobra é o compromisso que ali se ouviu de garantirem estabilidade ao PSD, ao seu governo e à sua política de desastre contra os trabalhadores, para o povo e para a Região”, disse o PCP.
O PCP considerou que a defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo “não precisam” de exibicionismos políticos “sem sentido ou consequências práticas” que “mal disfarçam” o que PS e JPP partilham com o PSD em muitas das que são as opções de política económica e social.
“O que se impõe é afirmar uma verdadeira política alternativa que garanta salários e reformas dignas, direito à habitação, à saúde, à educação, ao transporte, o combate à precariedade e à pobreza. É para este objetivo de uma vida melhor que o povo encontrará todos os dias o PCP ao seu lado em cada uma das lutas necessárias para garantir direitos”, referiu a força partidária.
O PCP acrescenta que a maioria obtida pelo PSD é um “elemento negativo” para a vida política na Região que dará continuidade à política de “agravamento de injustiças e exploração que tem marcado a sua governação, sozinho ou em coligação” com o CDS-PP.
“Um fator tão mais negativo quanto acompanhada da perda eleitoral do PCP, a força mais coerente e combativa contra o que o PSD representa, e sobretudo a quem com verdade se pode apresentar como portadora de uma política alternativa”, reforçou a força partidária.
As eleições foram vencidas pelo PSD, sem maioria absoluta (que é atingida com 24 deputados), tendo elegido 19 deputados, menos um face à legislatura anterior. O PS manteve os 11 deputados e o Juntos pelo Povo (JPP) passou de cinco para nove deputados. Já o Chega manteve os quatro mandatos, o CDS-PP passou de três para dois deputados, a Iniciativa Liberal manteve o seu deputado e o PAN conservou a deputada que tinha na anterior legislatura. A CDU e o Bloco de Esquerda perderam a representação parlamentar. Até aqui, ambos os partidos contavam com um deputado.