Nos últimos dias várias regiões do Sudoeste asiático foram afectadas por chuvas torrenciais e cheias. Nos países mais afectados, Paquistão e Afeganistão, já morreram mais de 100 pessoas, segundo as autoridades locais.
O Afeganistão registou nos últimos cinco dias cerca de 70 vítimas mortais e dezenas de feridos, além de milhares de casas destruídas ou danificadas, informou esta quarta-feira um porta-voz do Ministério de Gestão de Desastres, do Governo taliban.
Um Inverno especialmente seco terá diminuído a permeabilidade dos solos e potenciado as cheias que atingem agora a maior parte do país, um dos mais afectados pelas alterações climáticas.
Só nos primeiros meses de 2023, morreram no Afeganistão mais de 200 pessoas vítimas de desastres naturais e de uma vaga de frio extremo que marcou o final do Inverno, fenómenos agravados pela grave crise humanitária no país. Em Outubro, um sismo de magnitude 6,3 na escala de Richter provocou mais de mil vítimas mortais.
No Paquistão, onde já foi declarado estado de emergência, as chuvas fortes mataram outras 65 pessoas e danificaram mais de mil habitações, das quais 170 ficaram totalmente destruídas, segundo números das autoridades locais. Entre as vítimas mortais há pelo menos 15 crianças, que ficaram sob os escombros de edifícios que desabaram.
À semelhança do país vizinho, o Paquistão é um dos mais vulneráveis aos efeitos da crise climática.
“Em Abril, até agora, a chuva foi 353% superior ao normal no Baluchistão”, província na fronteira com o Afeganistão e Irão, afirmou Zaheer Ahmed Babar, do Departamento Meteorológico do Paquistão, citado pela Associated Press. “Em todo o país, a precipitação foi 99% superior à média, o que mostra que as alterações climáticas já estão a acontecer.”
A previsão é de que as chuvas torrenciais se mantenham nos dois países até ao final desta semana.