Os problemas no imobiliário chinês não são novidades e já geraram várias ondas de preocupação com possíveis crises financeiras globais, pelo que Pequim avança agora com uma série de políticas desenhadas para estimular a procura.
O governo chinês anunciou esta sexta-feira uma série de medidas para abordar a crise imobiliária na segunda maior economia do mundo, um foco de tensão que tem feito pairar dúvidas sobre o mercado asiático e até gerado alguma preocupação com uma possível crise financeira global.
As medidas passam sobretudo por um relaxamento de algumas imposições mais rígidas, naquilo que os analistas estão a caracterizar como um reforço sem equiparável da procura doméstica por casas. Concretamente, Pequim determinou a redução de 20% para 15% do montante de entrada para a aquisição de casa (ou 25% no caso de uma segunda habitação), bem como baixas dos juros em créditos à habitação.
O banco central irá reduzir os juros associados aos créditos à habitação provenientes de um fundo de previdência imobiliário em 0,25 pontos base (p.b.) para quem compra casa pela primeira ou segunda vez a partir de sábado, outra política que visa reforçar a procura das franjas mais jovens da população, que têm vindo a atravessar problemas de emprego e atrasando cada vez mais a saída de casa dos pais.
Também o limite inferior para os spreads no crédito à habitação deixa de vigorar a nível nacional, outra medida que deverá estimular a procura. Mais: à semelhança do que sucedeu no Japão, o governo central irá comprar casas devolutas por todo o país com vista a posteriormente arrendá-las ou vendê-las a preços mais acessíveis.
A políticas anunciadas não só sinalizam a intenção do governo chinês de auxiliar o sector imobiliário, onde as falências têm sido bastantes e os problemas de liquidez ainda maiores, mas também de ajudar as populações mais jovens, que têm sido as tipicamente mais afetadas pela crise imobiliária no país, apontam os analistas.
Em resposta, os mercados asiáticos valorizaram significativamente, com Hong Kong a liderar os ganhos.