O grupo Bosch fechou 2023 com vendas de 2,1 mil milhões de euros (+1,7%) e mais de sete mil trabalhadores (+8%) em Portugal, consolidando o seu lugar no grupo dos maiores exportadores e empregadores nacionais, anunciou a empresa esta quarta-feira.
No mercado nacional, as vendas da Bosch somaram 383 milhões de euros (+5,2%), o que deixa a quota de vendas ao exterior, para mais de 50 países, acima dos 97%, dando-lhe uma fatia de 1,7% das exportações nacionais. Em termos de PIB português, o impacto da empresa, presente em Braga, Aveiro, Ovar e Lisboa, está avaliado em 1%.
No comentário a este desempenho, Carlos Ribas, responsável da Bosch em Portugal e diretor técnico da empresa em Braga, refere “o crescimento sustentado em Portugal”, assumindo que “o futuro já está a trazer desafios para o negócio”.
Há decisões estratégicas que vão mudar Braga
Quanto a 2024, espera uma evolução positiva, tanto ao nível de negócios como de colaboradores, “apesar de um ambiente económico e social que se mantém exigente, as nossas expetativas são de um ligeiro crescimento das vendas em todas as localizações em Portugal”, antecipa.
Para isso, a multinacional alemã está a avançar com decisões estratégicas que vão, também, trazer mudanças em Portugal, a começar pela mobilidade sustentável, definida como um das áreas de crescimento, “com especial foco na condução eletrificada e automatizada”.
Em Braga, a maior unidade do grupo em Portugal, a reorganização da mobilidade irá traduzir-se numa transformação do portfólio de produtos, que passará gradualmente dos sistemas de “infotainment” (mensagens mediáticas) para soluções como computadores de bordo, câmaras e sensores.
“A Bosch está a focar os seus esforços de desenvolvimento e produção de tecnologias essenciais para as necessidades atuais e futuras dos veículos, que irão contribuir para uma mobilidade mais segura, confortável e sustentável. A Bosch em Braga está a receber algumas dessas tecnologias e continuará a desempenhar um papel importante o futuro da mobilidade tanto a nível de desenvolvimento como de produção”, afirma Carlos Ribas, certo de um crescimento acentuado do mercado de software automóvel: deverá atingir um volume significativamente superior a 200 mil milhões de euros até 2030, o que significa três vezes mais do que em 2020.
O que distingue Aveiro de Ovar
Na área de negócios de energia e tecnologia de edifícios, o grupo destaca os momentos diferentes vividos nas unidades de Aveiro, a ganhar relevância, e de Ovar, em processo de venda.
No caso de Aveiro, “o ano de 2023 foi de grande importância”, a fábrica “reforçou a sua posição enquanto localização estratégica para a produção e desenvolvimento de bombas de calor dentro do grupo” e 2024 arranca com “expetativas cautelosamente positivas, nomeadamente com o aval por parte da casa-mãe para avançar com a instalação da segunda linha de produção de bombas de calor”, abrangido por um investimento de 100 milhões de euros até 2026.