Mais de uma centena de artistas anunciou a sua retirada do festival The Great Escape, em Brighton, Inglaterra, dedicado a talentos emergentes da música.
Em causa está o patrocínio do banco Barclays, que financia várias empresas que têm providenciado armas a Israel, ao festival.
O boicote foi iniciado pela promotora How To Catch a Pig e pela banda The Menstrual Cramps, que divulgaram uma carta aberta onde condenam a ligação do banco ao The Great Escape. Essa mesma carta foi assinada por mais de 300 artistas.
Em abril, o trio norte-irlandês Cherym, assim como as editoras Alcopop e Big Scary Monsters, anunciaram a sua retirada do evento. A estes juntaram-se, mais tarde, dezenas de outros artistas. No total, o The Great Escape já perdeu 106 nomes do cartaz da edição deste ano – quase um quarto da programação completa.
Este boicote mereceu o apoio dos Massive Attack, que desde o início da guerra em Gaza têm sido uma das vozes mais ativas no mundo da música na oposição às ações do estado de Israel. Em comunicado, o grupo, que atua este ano no Meo Kalorama, afirmou ter “um respeito especial e interminável por artistas mais jovens, que no início das suas carreiras escolhem posicionar-se contra o apoio empresarial dado ao apartheid e genocídio israelitas”.
“A nossa música pode estar à venda, mas a nossa moralidade e a nossa humanidade não o estão. Toda a gente vê aquilo que se passa em Gaza e ninguém deveria aceitá-lo. O Barclays não tem lugar em qualquer festival de música, ou em qualquer evento cultural”.
Contatados pelo “NME”, nem o The Great Escape nem o banco Barclays comentaram para já este boicote. O festival arranca esta quarta-feira, 15 de maio, e prolonga-se até sábado.