Nasceu em julho de 1984, na Guarda. Foi lá que cresceu com os pais e o irmão mais velho. Aos oito anos um acidente mudou a dinâmica e vida da família. O irmão tinha 10 anos quando foi atropelado e os pais dividiram-se entre Coimbra – onde estava internado – e a Guarda.
“Nos primeiros seis meses tentaram perceber se sobreviveria, nos seis meses seguintes se havia qualquer possibilidade de reabilitação ou se ficava em estado vegetativo”, conta.
José Fernandes
Era uma criança introvertida e isso não mudou com a idade. Para este podcast trouxe uma tartaruga ninja, o Donatello – “o mais tímido”. É uma recordação de criança, dos DVD que via com o irmão.
A infância ficou marcada pela tragédia que aconteceu ao irmão e pela luta dos pais na recuperação do filho. “Agora que sou pai percebo ainda mais o amor que os meus pais tiveram e empenharam na recuperação dele. O meu irmão hoje consegue ter vida social e ser minimamente independente, graças aos meus pais. Sem eles ele seria dependente para o resto da vida”, confessa.
José Fernandes
Rita Carmo, membro da direção do Centro CIVISA, admite que durante os próximos tempos se continue a registar atividade sísmica da ilha Terceira
José Fernandes
O Futuro do Futuro
Leia também
Percebeu as dificuldades que os pais tiveram na reabilitação intensiva do irmão e do trauma de infância fez uma missão de vida.
Sempre foi bom aluno, mas tinha “pouco interesse” na escola. Licenciou-se em Engenharia Eletrónica e durante o doutoramento foi convidado para ser professor de Tecnologia, Eletrónica e Programação na Universidade da Maia. O foco sempre esteve na saúde e enquanto dava aulas esperava o “primeiro investimento” na primeira patente que tinha inventado: uma solução de fisioterapia baseada em Inteligência Artificial, o Terapeuta Digital.
“Fui educado com uma mentalidade americana. Os Estados Unidos são bem sucedidos porque têm um espírito de que tudo é possível e todos aceitam bem o risco. Lá falhar e currículo, em Portugal e na Europa é cadastro”, admite.
José Fernandes
Matilde Fieschi
Fundou a Sword Health e o objetivo passa por libertar dois mil milhões de pessoas da dor. Já inventou cerca de 34 patentes e é autor de mais de 40 artigos científicos.
Virgílio Bento é convidado do novo episódio do Geração 80. Nesta conversa conduzida por Francisco Pedro Balsemão põe a timidez de lado e fala sobre a infância, marcada pelo acidente do irmão, e sobre como chegou ao top 50 dos principais CEO de tecnológicas da área da saúde, distinguidos em 2023.
“As pessoas não acreditam que é possível nascer em Portugal, ficar cá e ter sucesso. A limitação está na nossa cabeça. Eu nasci na Guarda, estudei em Aveiro, tenho uma empresa global que emprega mil pessoas e estou no Porto”, concluiu. Ouça aqui a entrevista.
José Fernandes
Economia dia a dia
Leia também
Livres e sonhadores, os anos 80 em Portugal foram marcados pela consolidação da democracia e uma abertura ao mundo impulsionada pela adesão à CEE. Foram anos de grande criatividade, cujo impacto ainda hoje perdura. Apesar dos bigodes, dos chumaços e das permanentes, os anos 80 deram ao mundo a melhor colheita de sempre? Neste podcast, damos voz a uma série de portugueses nascidos nessa década brilhante, num regresso ao futuro guiado por Francisco Pedro Balsemão, nascido em 1980.
No Princípio Era a Bola
Leia também