As contas da Albânia são simples nesta terceira jornada da fase de grupos do Euro 2024. Precisa de uma exibição épica e de um triunfo inaudito para almejar uma inédita presença nos oitavos-de-final da competição. E mesmo isso pode não bastar.
Este é o patamar já alcançado pela adversária Espanha, com o primeiro lugar do Grupo B garantido logo na segunda ronda, o que lhe permite fazer descansar grande parte dos habituais titulares esta segunda-feira à noite (20h, SPTV1), em Dusseldorf. A questão é saber se os albaneses conseguirão tirar vantagem destas alterações, tendo em conta a qualidade das “segundas linhas” espanholas, ansiosas por uma oportunidade de convencer o seu seleccionador.
Um triunfo frente aos espanhóis – com quem somam apenas derrotas nas oito partidas já disputadas – permitiria à selecção da Albânia somar quatro pontos, que podem não chegar para garantir o apuramento, dependendo do resultado da partida entre a Croácia e a Itália, à mesma hora.
Certo é que os albaneses vão viver com grande expectativa este jogo decisivo. A loucura pela segunda presença numa fase final do Euro, após a estreia em 2016, alastrou-se aos parlamentares, que suspenderam os trabalhos durante dez dias para assistir aos jogos da selecção. Como muitos dos 140 deputados queriam estar na Alemanha, o primeiro-ministro, Edi Rama, autorizou a medida, o que a oposição considerou “vergonhoso”.
A esperança num bom resultado contra a poderosa Espanha, candidata à conquista do seu quarto título europeu – neste momento está empatada com a anfitriã Alemanha, ambas com três troféus –, é suportada pelos resultados desportivos dos últimos anos, que confirmaram a saída da selecção da cauda do futebol europeu.
Longe vão os dias em que os albaneses eram permanentes candidatos a sofrer goleadas, como aquelas impostas pelos espanhóis na qualificação para o Euro 1988 (5-0) e Euro 1992 (9-0). A evolução do seu futebol é evidente. Para estar na Alemanha, a equipa venceu o seu grupo de qualificação, à frente da Rep. Checa e Polónia. Algo impensável há uma década.