A tecnologia é um vetor essencial para a modernização do sector agrícola, mas falar de agricultura digital obriga a “pensar no país que temos” e nos níveis de escolaridade básicos de “mais de 70%” dos agricultores. São palavras de Firmino Cordeiro, diretor-executivo da AJAP, que apontou a falta de formação como “entrave à evolução digital”.
Embora já existam “formações especializadas”, os agricultores ainda desconhecem as ferramentas tecnológicas à sua disposição ou não sabem como as usar, pelo que é preciso “sensibilizar” quem ensina, explicou Ricardo Braga. No entender do professor do Instituto Superior de Agronomia de Lisboa, há ainda barreiras à “massificação” das ferramentas, sobretudo pela quantidade de explorações de pequena dimensão.
Do ponto de vista económico, “a escala é algo que ajuda a facilitar a adoção de tecnologias”, sublinhou, referindo que o “agrupamento” de associações agrícolas e confederações pode ser um caminho.
Embora já existam “formações especializadas”, os agricultores ainda desconhecem as ferramentas tecnológicas à sua disposição ou não sabem como as usar, pelo que é preciso “sensibilizar” quem ensina, aponta Ricardo Braga
Ainda assim, já há agricultura digital em Portugal, por exemplo, com a utilização de “imagens de satélite para monitorização das terras ou sondas de água no solo”, mas falta “disseminar” esses exemplos. Para alargar a aplicação da tecnologia, urge pensar que existe “mais do que um país” onde o litoral é completamente diferente do interior e das ilhas, referiu Aline Hall de Beuvink.
No entender da comentadora da SIC Notícias, falar de agricultura digital requer também pensar na evolução tecnológica “insuficiente” do interior, nos “problemas de acesso” a infraestruturas e na dificuldade em captar jovens para essas áreas.