O estado brasileiro do Rio Grande do Sul, que teve mais de 80% da sua área devastada pelas maiores cheias da história da região, vai erguer em carácter de emergência quatro grandes cidades temporárias para acolher cerca de 80 mil pessoas desalojadas pela tragédia. A informação foi avançada esta quinta-feira, 16 de maio, pelo vice-governador do estado, Gabriel Souza.
“Temos pouco tempo para montar (as estruturas temporárias)”. Na semana que vem já vamos começar a contratar (as empresas responsáveis pela montagem das estruturas) e até amanhã, sexta, vamos ter o descritivo detalhado das estruturas provisórias que serão necessárias. É mais rápido contratar um serviço de montagem dessas estruturas. É como se fossem estruturas para grandes eventos mas com qualificação para albergar pessoas.”, refere o vice-governador.
Segundo ele, as gigantescas cidades provisórias serão montadas nas quatro cidades mais afetadas pelas cheias, a capital, Porto Alegre, e as cidades vizinhas de Canoas, Eldorado do Sul e Guaíba. As violentas cheias desalojaram ao todo mais de 600 mil pessoas, mas muitas delas estão em outras regiões do estado, deixaram o Rio Grande do Sul ou foram acolhidas por familiares e amigos, e na Grande Porto Alegre neste momento há somente cerca de 80 mil em abrigos improvisados em escolas, empresas, igrejas e outros locais sem qualquer estrutura para acolher essa multidão por um período mais prolongado.
“Essas estruturas, que serão erguidas em grandes áreas abertas já existentes, como o Centro Olímpico de Canoas e o Parque de Eventos de São Leopoldo, por exemplo, terão áreas para crianças e para animais de estimação, lavandarias e cozinhas comunitárias, dormitórios e casas de banho, para darmos um mínimo de dignidade a essas pessoas neste período em que elas precisam desse apoio.”-Detalhou o governante.
Até esta quinta-feira, de acordo com o mais recente balanço da Proteção Civil, as violentas chuvas e as cheias que elas provocaram mataram 151 pessoas e deixaram outras 104 desaparecidas. Por todo o estado, ainda há cidades inteiras total ou parcialmente submersas, incluindo a maior parte dos bairros de Porto Alegre, e as equipas de resgate desdobram-se num esforço extenuante para retirar pessoas do alto de edificações ou distribuir água potável, alimentos, roupas e medicamentos aos muitos milhares que se recusaram a deixar as suas casas por medo de saques.